Efeito do nível de fibra na variabilidade do desempenho animal e do comportamento ingestivo em bovinos Nelore

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Mendonça, Filipe Araújo Canêdo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
FDN
NDF
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-10022023-113519/
Resumo: Levantamentos recentes em confinamentos brasileiros demonstraram redução no teor de fibra e aumento no teor de concentrado ao longo das últimas décadas. Estes levantamentos indicam que estão sendo utilizados teores de fibra inferiores às recomendações da literatura internacional para maximizar o ganho de peso. Além disto, dados da literatura demonstram que zebuínos tem desempenho menos consistentes que taurinos em dietas com teores elevados de concentrado. O objetivo deste estudo foi estudar o efeito da redução progressiva dos teores de fibra em dietas bovinos Nelore durante o confinamento sobre o bem-estar e a variabilidade do desempenho e do comportamento ingestivo. Foram usados dois bancos de dados. Um conjunto de dados foi de um experimento publicado pelo nosso grupo e o outro foi obtido em um ensaio com 39 machos não castrados peso inicial de 460 kg. Todos os animais receberam as cinco dietas experimentais sequencialmente, ao longo do período de 91 dias. As dietas tinham 15%, 12%, 9%, 6% e 3% de FDNf (fibra em detergente neutro proveniente de forragem) em proporção na MS da dieta total. Os animais foram observados diariamente para distúrbios fisiológicos incluindo acidose e laminite (um animal apresentou problemas e foi retirado do experimento no último período experimental). Os coeficientes de variação (CV%) para a eficiência alimentar 17,1 21,83, 29,5 44,4 e 32,4, consumo de matéria seca:15,6 17,03, 18,88, 21,64 e 28,1, ganho de peso :29,43, 56,07, 27,3, 20,65 e 249,38) e consumo em percentagem do peso vivo: 17,3 , 19,13, 20,96 , 23,79 e 29,88 apresentaram aumento com o decréscimo na proporção de FDNf. Este aumento da variabilidade foi acompanhado da redução no consumo de energia em ambos os conjuntos de dados para as dietas com níveis de FDNf abaixo de 9%. Também foram analisados dados não publicados de experimento realizado pelo nosso grupo avaliando dietas com 18%, 13%, 8% e 3% de FDNf % MS por 74 dias. O CV para eficiência :21,57, 19,89, 24,20 e 27,9, consumo :12,24, 15,69, 23, 8, 18,48 e consumo em percentagem peso vivo :10,69, 14,54, 21,78 e 16,93, também apresentaram aumento com redução da proporção de fibra. Para a maioria dos parâmetros de desempenho, o coeficiente de variação parece aumentar com a redução dos níveis de fibra em ambos os conjuntos de dados, notavelmente a partir de 9% de FDNf % MS. Quando foi ofertada uma dieta com 12% FDNf % MS após 28 dias de dietas de baixa fibra os animais responderam com grande aumento do consumo e ganho de peso, embora esta resposta tenha sido observada por um período curto (7 dias). Os resultados sugerem que apesar de apenas 1 animal ter problemas metabólicos, houve aumento na variabilidade do desempenho a partir de dietas com menos que 9% de FDNf% MS.