Dinâmica de degradação in vitro da fibra em detergente neutro de capim-braquiária em função de suplementação com diferentes fontes de compostos nitrogenados e carboidratos
Ano de defesa: | 2007 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Genética e Melhoramento de Animais Domésticos; Nutrição e Alimentação Animal; Pastagens e Forragicul Mestrado em Zootecnia UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/5849 |
Resumo: | Efetuaram-se dois experimentos com o objetivo de avaliar o efeito da suplementação protéica e/ou energética sobre a utilização dos carboidratos fibrosos de forragem de alta qualidade pelos microrganismos ruminais. No experimento 1, objetivouse estudar a dinâmica da degradação in vitro da fibra em detergente neutro (FDN) de capim-braquiária (Brachiaria decumbens Stapf) de alta qualidade em função de suplementação com diferentes fontes de carboidratos (amido ou pectina) e/ou diferentes fontes de compostos nitrogenados (caseína ou uréia). O experimento simulou a suplementação para bovinos em terminação sob pastejo durante o período das águas (70% de forragem e 30% de concentrado, com base na MS). O concentrado referente ao tratamento base foi formulado de modo que apresentasse 30% de PB, utilizando-se amido, como componente energético, e caseína, como componente protéico. Os outros tratamentos foram construídos a partir da omissão do fornecimento das fontes protéica e/ou energética do suplemento, associando-se ainda a substituição total do amido por pectina e da PB oriunda da caseína por PB oriunda da mistura uréia:sulfato de amônio (9:1). Dessa forma, nove foram os tratamentos avaliados: 1: forragem; 2: forragem + amido; 3: forragem + pectina; 4: forragem + caseína; 5: forragem + caseína + amido (tratamento referência); 6: forragem + caseína + pectina; 7: forragem + uréia; 8: forragem + uréia + amido; e 9: forragem + uréia + pectina. Os tratamentos foram avaliados em ambiente ruminal simulado por incubação in vitro, sendo submetidos a diferentes tempos de incubação: 0, 3, 6, 9, 12, 24, 36, 48, 72 e 96 horas. O procedimento foi repetido quatro vezes, perfazendo o total de quatro avaliações por tempo de incubação para cada tratamento. Os resíduos de incubação foram avaliados quanto ao teor de FDN e interpretados por intermédio de modelo logístico não-linear. Verificou-se que a suplementação exclusiva com carboidratos produziu efeito inibitório sobre a taxa de degradação (kFDNpd) e sobre o crescimento dos microrganismos sobre a FDN potencialmente degradável (FDNpd) em comparação ao tratamento basal (forragem), sendo verificadas reduções de 6,9 e 13,6% e 2,7 e 4,8% para a suplementação exclusiva com amido e pectina, respectivamente. A adição isolada de caseína ao meio de incubação reduziu a kFDNpd em 13,6%. A adição de caseína propiciou pH similar ao obtido somente com forragem e incrementou a disponibilidade de nitrogênio amoniacal. Assim, o efeito negativo da caseína sobre kFDNpd pôde ser atribuído a interações amensais entre espécies microbianas, sendo denominado efeito proteína . A suplementação conjunta com caseína e amido ou pectina permitiu a manutenção de kFDNpd em patamares superiores aos observados com a suplementação isolada com esses compostos, embora ainda inferiores ao observado no tratamento basal. A adição de uréia elevou a kFDNpd em 8,2%, em razão da melhor adequação físico-química do ambiente de fermentação e da possível ausência de relações amensais entre espécies microbianas. No experimento 2, visou-se estudar a dinâmica da degradação in vitro da FDN de capim-braquiária de alta qualidade em função de suplementação com duas diferentes fontes de carboidratos (amido ou pectina) e diferentes relações proteína verdadeira: nitrogênio não-protéico (NNP). Os procedimentos de avaliação, em termos da relação forragem: concentrado e composição do concentrado base, foram similares aos do experimento 1. Os tratamentos foram construídos a partir da substituição fracional (0, 1/3, 2/3 e 1) da PB do suplemento oriunda da caseína por PB fornecida pela mistura uréia:sulfato de amônia (9:1) (U:SA), associando-se ainda a substituição total do amido por pectina. Dessa forma, oito foram os tratamentos avaliados: A: forragem + caseína + amido; B: forragem + 2/3 PB caseína + 1/3 PB U:SA + amido; C: forragem + 1/3 PB caseína + 2/3 PB U:SA + amido; D: forragem + U:SA + amido; E: forragem + caseína + pectina; F: forragem + 2/3 PB caseína + 1/3 PB U:SA + pectina; G: forragem + 1/3 PB caseína + 2/3 PB U:SA + pectina; e H: forragem + U:SA + pectina. Observou-se que a suplementação com uréia elevou em 21,7 e 17,0% as estimativas de kFDNpd obtidas em relação à suplementação com caseína, considerando-se o amido e a pectina como fontes de carboidratos, respectivamente. Contudo, a avaliação do perfil de substituição gradativa permitiu evidenciar valores máximos de taxas de degradação na ração 2/3 U:SA:1/3 caseína. Assim, o equilíbrio entre fontes nitrogenadas nos suplementos pode ampliar a utilização da FDNpd de forragens tropicais de boa qualidade, ao prover a minimização do efeito proteína e permitir o suprimento de peptídeos degradáveis no rúmen para que as exigências das bactérias nãofibrolíticas sejam satisfeitas e para que, a partir de interações positivas entre espécies microbianas, sejam fornecidos substratos essenciais ao crescimento das bactérias fibrolíticas. |