"Convivendo com a diferença: o impacto da sorodiscordância na vida afetivo-sexual de portadores do HIV/AIDS"

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Reis, Renata Karina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-27082004-170041/
Resumo: Com o advento da terapia antiretroviral houve um aumento significativo na sobrevida e qualidade de vida dos portadores do HIV/aids. Esta nova realidade traz novas possibilidades de conviver com a aids, sendo a sorodiscordância uma delas. Este estudo teve como finalidade descrever e analisar o impacto da sorodiscordância na vida afetivo-sexual de portadores do HIV/aids que convivem com parceria heterossexual com status sorológico discordante. Como referencial teórico utilizou-se o conceito da vulnerabilidade. O local de estudo foi o ambulatório especializado no atendimento do HIV/aids do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Ribeirão Preto-SP. Os dados foram coletados através de entrevista individual gravada e organizados e analisados com base na Análise de Prosa de André (1983). A partir dos dados emergiram nove temas: A percepção da invulnerabilidade, A descoberta da soropositividade ao HIV, Via de Infecção, Revelação do diagnóstico para o parceiro, A sexualidade, Vulnerabilidade da parceria sexual, Uso do preservativo, Saúde Sexual e Reprodutiva, A convivência. Os casais sorodiscordantes enfrentam inúmeros desafios após a descoberta de soropositividade em um dos parceiros, precisando desenvolver estratégias para o manejo de dificuldades para a vivência da sexualidade, para a manutenção do sexo seguro até a convivência com o parceiro soronegativo. Estas dificuldades não são de responsabilidade exclusiva do casal, cabendo aos profissionais de saúde assumirem a sua responsabilidade social no enfrentamento destes desafios impostos pela sorodiscordância. Ficou evidente que a necessidade de acolher também o parceiro soronegativo no atendimento e que os casais sorodiscordantes merecem atenção específica dos serviços de saúde. A falta de serviços de saúde específicos a casais sorodiscordantes é um dos fatores que aumenta a vulnerabilidade do parceiro soronegativo, quando este não é evidenciado no atendimento e quando as questões trazidas pela sorodiscordância não são abordadas adequadamente. Apontamos a necessidade de alternativas assistenciais, promovendo uma mudança na prática assistencial vigente, centrada no modelo biológico. A assistência a estes indivíduos deve ser realizada por equipes interdisciplinares que contemple os aspectos da dimensão afetivo-sexual trazidos pela sorodiscordância, sendo necessária capacitação e sensibilização dos profissionais de saúde envolvidos no atendimento. A equipe de enfermagem ocupa um importante papel na assistência ao portador do HIV/aids e suas ações devem transcender os aspectos clínicos e terapêuticos, incluindo a sexualidade, a prevenção e manutenção de sexo seguro, que se apresentam como expressivos componentes de risco entre parceiros sorodiscordantes.