Tratamento cirúrgico da osteocondrite dissecante em equinos: estudo retrospectivo e análise crítica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Cruz, Rodrigo Silvério Ferreira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10137/tde-07032012-150325/
Resumo: A osteocondrose é uma das principais doenças ortopédicas de desenvolvimento que acomete os equinos, sendo usualmente definida como uma falha no processo de ossificação endocondral. Infelizmente os seus mecanismos não estão bem definidos, mas acredita-se em uma etiologia multifatorial relacionada com predisposição genética, desequilíbrio ou excesso nutricional, fatores endócrinos e forças biomecânicas atuando nas articulações. Uma das formas de manifestação da osteocondrose é a osteocondrite dissecante, quando, após interrupção do processo de ossificação, há um desarranjo das colunas de condrócitos e necrose da camada basal, gerando uma área de fragilidade, onde forças biomecânicas podem resultar na separação de fragmentos cartilaginosos ou osteocondrais. Sua incidência esta relacionada com animais jovens, de crescimento rápido, em articulações predispostas como tibiotársica, metacarpo/metatarsofalangeana e femurotibiopatelar. Normalmente a lesão se desenvolve no primeiro ano de vida, mas os sinais clínicos podem aparecer mais tardiamente ou inclusive passarem despercebidos. Dentro dos sinais clínicos o mais comum é a efusão articular, que pode vir ou não associada à claudicação. O diagnóstico é confirmado através de exame radiográfico, com alterações em locais predispostos para formação de OCD, como crista intermédia da tíbia, cristal troclear lateral do talus, bordo dorsoproximal da primeira falange, bordo plantaromedial da primeira falange e crista troclear lateral do fêmur. Como essas lesões podem acometer mais de um membro locomotor, a articulação contralateral deve ser radiografada ou até mesmo os quatro membros quando se tratar de metacarpo/ metatarsofalangeana. Apesar de existirem diversas formas de tratamento, a maioria dos autores recomenda a retirada cirúrgica via artroscópica, já que esta possui um maior índice de sucesso com melhores resultados funcional e estético. Existem trabalhos divergentes com relação ao prognóstico e momento em que se deve submeter esses animais a cirurgia. Com o objetivo de responder essas dúvidas e apresentar os resultados obtidos com o tratamento cirúrgico a médio e longo prazo este trabalho foi realizado. Nesse estudo foram analisados 75 casos de animais acometidos por OCD, com um total de 106 articulações, tratados cirurgicamente, nos quais a cirurgia ocorreu há um tempo mínimo de 12 meses e máximo de 5 anos. As lesões acometeram principalmente (65%) animais até quatro anos, na fase anterior à doma ou no momento da doma (63%), sendo que a maioria não apresentava sinais clínicos (36%) ou apresentava claudicação associada à efusão articular (33%). A maioria das lesões se localizou na articulação tibiotársica (57%), e nessa articulação o local mais acometido foi a crista intermédia da tíbia (71%). Após o procedimento cirúrgico 72% dos animais não apresentaram sinais clínicos, sendo que a melhora foi mais significativa nos animais de 3 e 4 anos (100%) e pouco se obteve de melhora com relação a claudicação nos animais acima de 6 anos (27%).