Estudos fisiológicos e sorológicos sobre o fungo Ascochyta phaseolorum Sacc. e sobre a doença por ele causada em berinjela (Solanum melongena L.) e em outras plantas cultivadas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1972
Autor(a) principal: Figueiredo, Mario Barreto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240301-143838/
Resumo: No presente trabalho foram realizados estudos que tiveram como finalidade: contribuir para o melhor conhecimento de alguns aspectos da fisiologia de Ascochyta phaseolorum estudar comparativamente, procurando estabelecer diferenças entre os sintomas induzidos em berinjela por aquele patógeno e por Phomopsis vexans estudar alguns aspectos da sintomatologia de A. phaseolorum em outras plantas econômicas, procurando a determinação de novos hospedeiros principalmente entre as nossas plantas nativas e finalmente, verificar a possibilidade do emprego da sorologia como método auxiliar para a especificação de A. phaseolorum e de outros fungos pertencentes ao gênero Ascochyta. Nos diversos ensaios realizados verificou-se que embora haja uma variação bastante grande no grau de esporulação das diversas cepas utilizadas, o meio de grãos esterilizados de Azuki (Phaseolus angularis Kaw.) é bastante adequado para esporulação de A. phaseolorum. A melhor temperatura para o desenvolvimento vegetativo do fungo situa-se ao redor de 24°C. O crescimento é paralizado a 3°C e o patógeno perde a viabilidade a 33°C. o aspecto cultural do microrganismo se modifica com a variação da temperatura e a malhor temperatura para esporulação do fungo situa=se ao redor de 21°C e 24°C. A temperatura de 21°C foi mais adequada para a germinação dos conídios. Quando o fungo foi submetido a alternância de temperaturas, enquanto que períodos curtos de temperaturas, inferiores ao ótimo, estimularam o crescimento, temperaturas elevadas inibiram o desenvolvimento de A. phaseolorum. Para os estudos comparativos entre os sintomas induzidos em berinjela por A. phaseolorum e por P. vexans foram inoculadas diversas variedades em condições de laboratório e de casa de vegetação, empregando-se diferentes técnicas de inoculação. Estes estudos confirmaram a hipótese de que a semelhança entre estes pode levar a confusões entre as duas doenças. Entretanto, foram anotadas certas diferenças sintomatológicas que podem auxiliar as diagnoses de campo. O estudo sintomatológico permitiu também caracterizar a doença em diversas plantas de interesse econômico tais com: algodão, feijão, feijão vagem, pimentão, quiabo, tomate e alcachofra. A importância econômica da ascoquitose em nosso meio, para cada uma das culturas estudadas, foi comentada. Através de inoculações em estufa a patogenicidade de A. phaseolorum foi estudada para 32 espécies nativas, pertencentes a 14 famílias botânicas diferentes, tendo-se verificado a existência, em nosso meio, de um grande número de hospedeiros que podem manter elevado o nível de inóculo em condições de campo. Em face a estes resultados, como uma medida de ordem prática para o controle da doença, em condições de campo, foi sugerida a limpeza cuidadosa do terreno, no que se referere às ervas nativas, principalmente quando este se destina ao cultivo de feijão vagem, quiabo e berinjela, plantas altamente suscetíveis à A. phaseolorum. Para os estudos sorológicos o anti-soro foi obtido pela imunização de coelhos através de injeções de suspensões de esporos por via intramuscular, tendo sido estabelecida uma metodologia para estudos sorológicos de A. phaseolorum e outros fungos do gênero Ascochyta. Após o emprego de diversos processos, visando a obtenção de antígenos para as reaçoes sorológicas, foi considerado como mais adequado o método de extração a partir dos conídios utilizando-se uma solução de ácido acético a 0,03N. Testes sorológicos de dupla difusão em ágar, associados a ensaios de patogenicidade, demonstraram a alta especificidade do anti-soro preparado. As técnicas sorológicas foram consideradas como promissoras, podendo ser empregada como métodos auxiliares para a identificação de A. phaseolorum e especificação de fungos do gênero Ascochyta.