Invadindo o mundo público. Movimentos de mulheres (1945-1964)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Morente, Marcela Cristina de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-09102015-132717/
Resumo: Esse estudo tem como proposta analisar a inserção feminina na esfera pública, através dos movimentos de mulheres e associações femininas fichadas pelo DEOPS/SP, entre os anos de 1945 e 1964. Nos propomos a identificar seus objetivos, projetos, estrutura funcional, estratégias de divulgação e atração de novas filiadas e, também, analisar o perfil político e social das mulheres que se filiaram como militantes desses movimentos e associações. Também pretendemos entender os mecanismos de repressão e manutenção da Ordem defendida pelo Estado, através de seu órgão repressor, a Polícia Política. Após o fim do governo autoritário de Vargas, em 1945, o Brasil vivenciou o retorno da democracia, com o restabelecimento de governos eleitos diretamente pelo povo e um considerável desenvolvimento econômico. As mulheres já se destacavam ocupando importante parcela do operariado paulista, garantindo alguns direitos civis, como o voto. Ainda assim, os movimentos de cunho popular ainda eram vistos pelo Estado como potencialmente perigosos, e por isso merecedores de uma estreita vigilância por parte da Polícia Política. Entre as ações de resistência, os movimentos e associações de mulheres tiveram um papel destacado, pois além de representarem uma ameaça à ordem estabelecida, essas mulheres também representavam uma ruptura com o discurso oficial sobre o papel feminino, que idealizava a mulher brasileira como a boa mãe e boa esposa, com seu espaço circunscrito ao seu lar. A organização de associações e movimentos de mulheres contribuiu para o fortalecimento da presença feminina na esfera pública, impondo-se como agente social. Interessa-nos resgatar as histórias de luta destas mulheres, na sua maioria anônimas.