Níveis de suplemento energético para bovinos em pastagens tropicais e seus efeitos no consumo de forragem e fermentação ruminal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Dórea, João Ricardo Rebouças
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-10022011-095534/
Resumo: O estudo teve como objetivo avaliar os efeitos de diferentes níveis de suplementação energética sobre os parâmetros metabólicos (ruminais e sanguíneos), consumo de forragem, comportamento animal e cinética de fermentação ruminal de novilhos Nelore recriados em pastagem tropical na época das águas. Os tratamentos foram: T1) controle (somente suplementação mineral); T2) 0,3% PC; T3) 0,6% PC; e T4) 0,9% PC em milho moído fino e monensina sódica. Foram utilizados 8 novilhos Nelore, fistulados no rúmen, com aproximadamente 410 kg e 48 meses de idade. O delineamento estatístico utilizado foi o de quadrado latino, com 2 quadrados latinos 4x4. Os animais foram alocados em 1 ha de pastagem de capim Brachiaria brizantha cv. Marandu. Os parâmetros avaliados foram o consumo de forragem, comportamento animal, pH e amônia ruminais, concentrações de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), teores plasmáticos de glicose e uréia, cinética de degradação ruminal, síntese de proteína microbiana e excreção de nitrogênio. Dois marcadores foram testados para estimar o consumo, LIPE e óxido crômico, e o escolhido para estimar o consumo foi o óxido crômico. A suplementação energética reduziu linearmente (P<0,05) o consumo de forragem, mas aumentou o consumo total de MS e de NDT (P<0,05). As taxas de substituição foram mais altas no nível 0,3%, intermediária no nível 0,6% e mais baixa no nível 0,9% do PC (P<0,05). Entre as variáveis do comportamento animal houve efeito apenas para o tempo de pastejo (P<0,05), que foi reduzido, e para o tempo de ócio (P<0,10) que foi aumentado com a suplementação. Houve efeito da suplementação apenas na produção de propionato, entre os AGCC, sendo aumentada linearmente (P<0,05) em função da suplementação. O pH não foi alterado em função dos níveis de suplementação, estando entre valores recomendados para manutenção dos microrganismos celulolíticos. A concentração ruminal de N-NH3 e a excreção de nitrogênio foram reduzidas com a suplementação (P<0,05). A síntese de proteína microbiana foi aumentada (P<0,05) em função dos níveis crescentes de suplementação, o que demonstra o efeito da sincronia de energia e proteína no rúmen. Não houve efeito significativo para os parâmetros sanguíneos (glicose e uréia). A suplementação melhorou a degradação da fração fibrosa, aumentando a fração potencialmente degradável da FDN (P<0,05), e reduzindo a fração indigestível da FDN. Não houve efeito (P<0,05) no lag time para a degradação da fibra. A redução no consumo de forragem em função da suplementação energética não está associada a prejuízos no pH ruminal e na degradação da fração fibrosa. A suplementação energética de bovinos de corte mantidos em pastagens de bom valor nutritivo e manejadas intensivamente no período das águas promove aumentos na síntese de proteína microbiana e melhorias na degradação da fibra.