Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Nogueira, Rafael Zambonelli |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-02032020-173752/
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Resumo: |
A presente pesquisa tem por finalidade investigar as relações entre tempo e história na última filosofia de Merleau-Ponty. Partindo dos textos e cursos da primeira metade dos anos 1950, acreditamos encontrar aí uma primeira tematização explícita por parte do fenomenólogo do problema de pensar, por um lado, o estatuto filosófico de uma história universal e, por outro lado, uma temporalidade que seja propriamente histórica. Tal tematização ocorre, de acordo com nossa hipótese de trabalho, quando Merleau-Ponty passa a empreender uma progressiva dessubjetivação do tempo e a questionar algumas dificuldades ontológicas em que sua filosofia se enredara. O aspecto central dessa mudança de perspectiva, parece-nos, consiste no debate multifacetado que nosso autor trava com o relativismo nesse período, na medida em que o que está em jogo nesse debate é a possibilidade de repensar a ideia de universalidade sem, contudo, torná-la exterior à singularidade. É nesse contexto que começa a formular-se uma nova concepção da história e de sua temporalidade, culminando na minuciosa elaboração da noção de instituição. A partir daí, encontramos o primeiro desdobramento dessa noção na interrogação merleau-pontiana sobre a dialética, pois uma compreensão apurada da ideia de mediação tornará possível pensar relações internas entre universalidade e singularidade, assim como um movimento histórico e temporal de totalização. Com isso, torna-se possível compreender o lugar e a importância desses problemas no interior do projeto ontológico merleau-pontiano, cuja expressão mais acabada aparece em seus textos tardios. Nesse terreno, os problemas do tempo e da história, considerados pelo fio condutor do problema do relativismo, poderão receber um tratamento filosófico adequado pois aqui o próprio Ser passa a ser pensado em sua temporalidade e historicidade, enquanto movimento de autodiferenciação que permite compreender a articulação arqueológica entre natureza e história, articulação que envolve tanto continuidade quanto descontinuidade entre os termos. |