Bexiga neurogênica em crianças e adolescentes: impacto familiar e biomarcadores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Dias, Thaysa Moura
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5153/tde-10012017-113618/
Resumo: INTRODUÇÃO: Bexiga neurogênica (BN) é um distúrbio da função vesical que pode causar danos renais irreversíveis. O diagnóstico precoce e o tratamento visam proteger a função renal e promover a independência do portador de BN. Já os biomarcadores urinários NGF e BDNF tem desempenhado um papel fundamental no tratamento e na avaliação clínica desses pacientes. Devido as limitações da própria patologia, como as alterações físicas e dificuldades sociais que prejudicam o aspecto emocional, crianças e adolescentes portadores de BN tendem a ter a qualidade de vida (QV) prejudicada em relação a outras crianças. OBJETIVO: Avaliar a QV entre os participantes do grupo Bexiga Neurogênica (G1) e o grupo Controle (G2) e analisar as concentrações dos biomarcadores NGF e BDNF entre os grupos. METODOLOGIA: Avaliamos 168 pessoas sendo 84 pacientes com idade entre 0 e 16 anos que são acompanhadas no Ambulatório de Urologia do HC-FMUSP e 84 responsáveis. Esses pacientes foram divididos em dois grupos sendo o G1 composto por 44 pacientes e seus responsáveis; e o G2 com 40 pacientes sem diagnóstico de BN e seus responsáveis. Os participantes da pesquisa responderam ao questionário validado PedsQLTM e um questionário socioeconômico. Foram coletadas 84 amostras de urina para análise dos biomarcadores NGF e BDNF. Os dados dos questionários após organização em planilhas de excel, foram enviados para análise estatística e as amostras de urina foram analisadas pelo teste ELISA (Enzyme-linked immunosorbent assay). Para análise estatística dos dados foi realizado o Teste T - Student e Mann-Whitney. RESULTADOS: Encontramos a mãe sendo a principal acompanhante durante as entrevistas, predominando o estado civil casada e com mais de 2 filhos sem diferença significativa entre os grupos. A renda familiar concentrou-se entre 1 e 3 salários mínimos, não tendo diferença entre os grupos. Quanto a escolaridade das crianças, a maioria estuda (77,3 do G1 e 97,5 do G2), e o nível de escolaridade predominante é o primário incompleto. O início do acompanhamento com urologista foi mais precoce no G1 (p=0,005). Houve diferença significativa entre os grupos na altura (p=0,02), peso (p=0,008), incontinência miccional (p=0,002) e intestinal (p=0,005) e no uso de medicamentos (p=0,018). O CIL foi encontrado apenas no G1 e o tipo de BN mais prevalente foi a hiperativa. Na análise estatística das respostas ao questionário PedsQLTM demonstrou que no grupo G1 os aspectos físico, social e escolar tiveram diferença significativa (p < 0,0001) em relação ao G2. Já nas amostras de urina não houve diferença significativa na concentração das proteínas NGF e BDNF entre os grupos. CONCLUSÃO: O estudo demonstrou que a QV dos portadores de BN e sua família é afetada em relação a pacientes com diagnóstico de outras patologias urológicas e a aplicação do questionário PedsQL confirmou ser eficiente apontando semelhança nos resultados de diferentes trabalhos de QV que utilizaram outros instrumentos de avaliação. Já em relação a concentração dos biomarcadores, não encontrou-se diferença significativa entre os grupos. Pesquisas futuras em crianças com BN poderão verificar a relação entre os biomarcadores e os tratamentos utilizados