Vigilância da replicação do poliomavírus humano BK (BKPyV) e evolução para Nefropatia Associada ao BKPyV (NABKPyV) em pacientes submetidos a transplante renal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Bicalho, Camila da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-09112017-134215/
Resumo: INTRODUÇÃO: O BKPyV está associado à inflamação e perda da função do enxerto em pacientes transplantados renais. Nos pacientes transplantados renais, aproximadamente 40% dos receptores desenvolvem viruria pelo BKPyV em até 3 meses e 20% desenvolvem viremia em até 1 ano pós-transplante. Os pacientes que desenvolvem viremia têm o risco de evolução para nefropatia associada ao BKPyV (NABKPyV), com prevalência em torno de 1 a 10%, e evolução para perda do enxerto renal bastante variável, de 0 a 100%, dependendo dos estudos e das intervenções realizadas. Embora a vigilância de replicação do BKPyV seja recomendada, existem diferenças de metodologia e periodicidade entre as recomendações publicadas. Adicionalmente, tem sido discutida a importância do cut-off de viremia para o manejo clínico desses pacientes na prevenção de evolução para nefropatia. Os objetivos primários deste estudo foram determinar a prevalência de decoy cell na urina, viremia e viremia sustentada pelo BKPyV e NABKPyV, nos receptores de transplante renal do Serviço de Transplante Renal do HCFMUSP, e os possíveis fatores de risco associados à presença a viremia sustentada pelo BKPyV e NABKPyV. MÉTODOS: Trata-se de um estudo de coorte prospectivo no qual foram incluídos todos os receptores e os doadores de transplante renal intervivos submetidos a transplante de agosto de 2010 a dezembro de 2011. Todos os participantes foram avaliados no momento imediato pré-transplante e os receptores foram monitorados para detecção de viremia de BKPyV e desenvolvimento de NABKPyV durante o período de até 2 anos pós-transplante. Os receptores colheram amostras de urina mensalmente, durante o primeiro ano, e a cada 3 meses durante o segundo ano pós-transplante para a pesquisa de viruria (realizada por decoy cell e/ou q-PCR). A detecção de viruria indicava o início de monitorização mensal de viremia por q-PCR, viremia era mantida até obtenção de três amostras de viremia negativas consecutivas. A detecção da primeira viremia positiva deveria ser confirmada por uma segunda amostra colhida após intervalo de duas semanas; se o exame repetido confirmasse a viremia positiva, os pacientes eram submetidos à biópsia renal percutânea para investigação de NABKPyV. RESULTADOS: No período do estudo foram realizados 326 transplantes e foram incluídos 246 pacientes. A prevalência de viruria foi de 36,9%, a de viremia 22,3% e a de nefropatia 3,2%. O tempo médio entre o transplante e a viruria positiva pela decoy cell foi de 7,2 meses, entre o transplante e a viremia positiva de 7,6 meses, e entre o transplante e o diagnóstico de NABKPyV de 8,5 meses. O único fator de risco encontrado para viremia sustentada e para nefropatia foi gênero masculino. O valor de cut-off de viremia que melhor discrimina a evolução para NABKPyV foi 44.955 cópias/mL. CONCLUSÕES: As prevalências de viruria, viremia e nefropatia foram semelhantes às reportadas na literatura. O gênero masculino foi o único fato de risco encontrado para viremia sustentada e nefropatia. O valor de cut-off de viremia que melhor discrimina o risco de evolução para nefropatia foi maior que o valor usualmente recomendado pela literatura, que é de 10.000 cópias/mL