Como a PAG dorsal codifica as respostas de medo e o estudo anátomo-funcional do núcleo cuneiforme: um elemento fundamental para os comportamentos de medo inato.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Bindi, Ricardo Passoni
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
PAG
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42138/tde-21082023-145112/
Resumo: O medo é uma emoção que surge em uma situação ou percepção de uma ameaça potencial à sobrevivência, seja direta ou indireta. Várias regiões do cérebro têm sido estudadas para entender essa emoção, desde o tronco encefálico até o córtex cerebral. No laboratório de Neuroanatomia Funcional (USP), foi observada uma relação anatômica robusta entre a matéria cinzenta periaquedutal (PAG) e o núcleo cuneiforme, duas regiões vizinhas. Após expor animais a um predador natural e seu cheiro, há um aumento na expressão da proteína FOS no núcleo cuneiforme e na PAG dos animais expostos. A estimulação, tanto da PAG dorsal quanto do cuneiforme, evoca comportamentos defensivos, enquanto a inibição da PAG reduz os comportamentos de medo frente a uma ameaça predatória, além de existir uma relação direta da atividade elétrica com comportamentos defensivos. Apesar dos estudos funcionais e anatômicos, ainda são escassos na literatura estudos sobre o núcleo cuneiforme na modulação comportamental do animal e de conhecimento sobre a atividade da PAG dorsal sob diferentes níveis de medo. A partir deste estudo, nota-se que a atividade das células observadas da PAG dorsal tem relação direta com o nível de ameaça. Já a relação com o comportamento é secundária. O núcleo cuneiforme conecta-se ao circuito de ameaça predatória e, devido às relações hodológicas e funcionais, atua como componente caudal da PAG. Esse núcleo recebe informações do sistema de defesa hipotalâmico, integrando pistas predatórias, da parte medial do colículo superior, que responde a sombras iminentes no campo visual superior. Também integra informações da parte magnocelular do núcleo subparafascicular do tálamo, que integra as informações nociceptivas, e da região peripeduncular, que integra as informações nociceptivas e auditivas. Dessa forma, o núcleo cuneiforme ocupa uma posição privilegiada para integrar uma ampla gama de informações que representam potenciais ameaças à vida do indivíduo. O núcleo cuneiforme projeta-se para elementos do circuito de defesa hipotalâmico e estabelece uma projeção bidirecional particularmente densa com a parte dorsolateral da substância cinzenta periaquedutal. No entanto, não existem informações suficientes sobre o papel funcional desse núcleo e, por esse motivo, o foco deste trabalho foi o estudo funcional do núcleo cuneiforme com técnicas de estimulação optogenética e inibição farmacológica. Neste estudo, a ativação optogenética do núcleo cuneiforme promove comportamentos defensivos e inibe a caça. Além disso, percebeu-se que a inativação do núcleo cuneiforme durante a exposição ao gato (ameaça predatória) reduz o comportamento de congelamento motor.