Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Matos, Patricia Andréa Victorio Camargo de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-07012015-175044/
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Resumo: |
O Brasil é comumente associado ao país da diversidade. Seja ela de cunho cultural, histórico, racial ou social, fato é que a diversidade existe em larga extensão no país, inclusive nos meios acadêmicos. Na academia, tal como na sociedade, a inserção de indivíduos diferentes desemboca no estranhamento e nas atitudes preconceituosas. Este preconceito, por sua vez, influencia o desempenho acadêmico do estudante, pois a literatura revela que quanto maiores o preconceito e a discriminação do corpo docente da escola, menores são as notas do aluno. Alguns outros estudos têm procurado identificar a relação entre o desempenho acadêmico e a crença de auto-eficácia. A auto-eficácia pode ser definida como a crença do indivíduo sobre a sua capacidade de desempenho em atividades específicas. São quatro as fontes de desenvolvimento da auto-eficácia: experiências positivas; experiências vicárias; estados fisiológicos e emocionais das pessoas; e persuasão verbal. Das quatro fontes, as experiências positivas são, segundo a literatura, a mais importante e impactante no desenvolvimento e manutenção da auto-eficácia. A Síndrome do Impostor, também chamada de Fenômeno Impostor, tem sido exaustivamente estudada no cenário internacional sob os mais diversos aspectos - educacionais, emocionais, profissionais, etc. Os impostores, assim chamados os portadores da síndrome do impostor, não acreditam que são inteligentes, acreditam que as outras pessoas superestimam suas capacidades, mesmo que as evidências apontem que sejam altamente capazes, e atribuem as suas realizações à sorte ou esforço demasiado. Uma vez que as pessoas são influenciadas mais pela forma como elas lêem suas performances de sucesso, do que pelo sucesso, por si só, as teorias da auto-eficácia e a síndrome do impostor convergem na medida em que a teoria da auto-eficácia apresenta relação com a avaliação dos resultados das ações e a síndrome do impostor, na atribuição do sucesso ou fracasso à capacidade ou ao esforço. Esta pesquisa investigou a influência do fenômeno impostor e da auto-eficácia no desempenho acadêmico dos alunos minoritários, assim entendidos os estudantes bolsistas, principalmente do ProUni e ENADE, dos cursos de Ciências Contábeis e Administração de Empresas. Os instrumentos de pesquisa consistiram em um questionário composto pelas escalas CIPS - Clance Impostor Phenomenon Scale - desenvolvida por Clance (1985) e pela Escala de auto-eficácia na formação superior (Polydoro & Guerreiro-Casanova, 2010). A população estudada era composta por 492 alunos dos cursos de Ciências Contábeis e Administração de quatro instituições de ensino privadas, todas estabelecidas no Estado de São Paulo, sendo duas da região metropolitana e duas de cidades do interior. Os estudantes pesquisados revelaram graus substanciais da síndrome do impostor. O teste do Qui-quadrado foi utilizado para determinar não só as relações entre a síndrome do impostor, a auto-eficácia e o desempenho acadêmico, como também suas relações com as demais variáveis sócio-demográficas. Crenças mais robustas de auto-eficácia impactaram em melhores desempenhos acadêmicos, enquanto que maiores níveis de SI desembocaram em desempenhos menos satisfatórios. A correlação de Pearson indicou que a síndrome do impostor apresentou uma relação negativa com a crença de auto-eficácia. Estes resultados sugerem que possivelmente os aspectos culturais do país influenciam o desenvolvimento e a relação entre a síndrome do impostor, a auto-eficácia e o desempenho acadêmico, o que faz jus a novos estudos futuros. |