Mudanças nas relações de trabalho na agricultura Paranaense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1982
Autor(a) principal: Ferraz, Salvador Silvia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11145/tde-20220208-034920/
Resumo: Neste estudo, toma-se o Estado do Paraná como cenário de transformações nas relações de trabalho na agricultura, devido à verificação, no período de 1930 até recentemente, de importantes processos sociais. Isto se deu com a ocupação do seu território, exercendo um papel de elemento esvaziador de tensões sociais emergentes em outras regiões do País. O Estado recebe um grande contingente de migrantes até a década de sessenta e, a partir de então, passa a expulsar sua população para outras regiões do País. Esta inversão de situação é decorrente do processo de modernização da agricultura que se intensifica nos anos setenta, com mudanças no quadro das culturas e provocando alterações no mercado de trabalho agrícola. Tendo por objetivo a identificação das condições gerais do mercado de trabalho, da atuação sindical e da alienação do trabalhador assalariado volante, tomou-se da teoria do conflito social o instrumental básico para tais fins. Na teoria do conflito social, se identifica o pressuposto de que as sociedades possuiriam mecanismos de defesa, que seriam acionados quando do surgimento de urna situação conflitiva, e que estas sociedades poderiam se utilizar dos mecanismos de institucionalização dos conflitos, que passariam a ter um caráter de válvula de escape temporário, trazendo urna situação de acomodação, de consenso ao conflito, ou às partes conflitantes. No caso paranaense, o que se observa é a constante expansão da fronteira agrícola interna como forma esvaziadora dos conflitos pela posse da terra, e que as ocorrências de violência seriam instantes nos quais a força de controle e dominação das partes não teriam se ajustado (Contestado, Porecatu e Sudoeste). O que caracteriza o período estudado é a tranquila convivência dos empregadores e empregados, mesmo que a exploração do trabalho tenha sido uma constante. Para esta convivência se dar tranquilamente, houve a necessidade de esvaziamento das situações conflitivas, através das variações nas formas de contratação do trabalho, no controle da ação do sindicato, e na afirmação de um universo ideológico calcado no conformismo e na subordinação. Esta situação somente teria condições de mudança no instante em que a proletarização do trabalhador se desse de forma predominante, e o Estado não mais tivesse condições de esvaziamento das tensões, o que estaria ocorrendo, e que somente não se verificaria num tempo imediato, devido as possibilidades de utilização dos mecanismos válvula de escape, ainda existente em outras regiões do País.