O ensino do Pensamento Crítico para estudantes de enfermagem: uma intervenção educativa piloto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Carbogim, Fábio da Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-19062017-181613/
Resumo: Introdução: Na enfermagem, pensamento crítico representa um conjunto de habilidades e disposições desejáveis para o raciocínio clínico e a tomada de decisão. Objetivo: criar, aplicar e avaliar intervenção educativa para graduandos em enfermagem com enfoque em primeiros socorros, para desenvolvimento de habilidades e disposições de pensamento crítico, baseadas no Problem Based Learning e orientadas pelo Modelo de Ensino Ativo para o Desenvolvimento do Pensamento Crítico. Método: metodologia mista, com abordagem quantitativa e qualitativa. Na abordagem quantitativa, estudo de intervenção educativa, randomizado, unicego, paralelo, com dois braços. Na abordagem qualitativa, estudo exploratório e descritivo. Participaram da pesquisa 102 estudantes. A alocação das turmas, controle (n = 50) e intervenção (n = 52), ocorreu randomização. Ao grupo controle foi ensinado o Suporte Básico de Vida, por meio do Problem Based Learning, para o grupo intervenção, o mesmo conteúdo e método, acrescido do Modelo de Ensino Ativo para o Desenvolvimento do Pensamento Crítico. A coleta de dados foi realizada antes e depois da intervenção educativa, pelos testes California Critical Thinking Skills Test e California Critical Thinking Dispositions Inventory e 25 questões objetivas em relação à Primeiros Socorros e Suporte Básico de Vida. A coleta de dados qualitativa ocorreu por meio de quatro questões norteadoras. Para os dados quantitativos, foram utilizados os testes Kolmogorov-Smirnov, Levene e Ancova, Teste t pareado e para amostras independentes. Para análise qualitativas, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin. Resultados: para a California Critical Thinking Dispositions Inventory, houve diferença significativa para subescala analiticidade com a variável gênero F(1,97) = 6,44, (p = 0,013), dentro do grupo intervenção. Houve diferença significativa para subescala maturidade com a variável gênero F(1,97) = 4,18, (p = 0,043) no grupo intervenção. Em relação ao teste California Critical Thinking Skills Test, não houve variações significativas entre o pré e o pós-teste para ambos os grupos. Na aplicação do Teste t pareado, constatou-se diferença significativa para o grupo intervenção no escore Analiticidade (p = 0,043) do teste California Critical Thinking Dispositions Inventory e Análise (p = 0,025) do teste California Critical Thinking Skills Test. Para as questões objetivas, no pré-teste, não foram observadas diferenças significativas entre os grupos intervenção e controle para nenhum dos escores de Suporte Básico de Vida, Primeiros Socorros e Total (Suporte Básico de Vida + Primeiros Socorros). No pós-teste foram observadas diferenças estatisticamente significativas nos escores dos grupos controle e intervenção no Suporte Básico de Vida (6,54 ± 1,37 vs. 8.11 ± 1,25; t = -6,070; p < 0,0001, respectivamente) e Total - Suporte Básico de Vida + Primeiros Socorros (19,06 ± 1,93 vs. 20,98 ± 1,81; t = -5,185; p < 0,0001, respectivamente). A análise das falas dos participantes permitiu constatar que, em relação ao curso, os métodos aplicados para o desenvolvimento do pensamento crítico, ajudaram a organizar o pensamento, analisar, planejar e tomar decisões apropriadas em Primeiros Socorros. Conclusões Recomenda-se fortemente novos estudos sobre pensamento crítico que repliquem resultados bem-sucedidos, que tenham duração maior que um dia, possibilitando tempo hábil para assimilação, mobilizações reflexivas e metacognitivas.