Fluxo de caixa e classificação dos ratings: um estudo no mercado brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Teixeira, Téssia Berber
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/96/96133/tde-24012007-161500/
Resumo: As agências de ratings definem os ratings como sendo uma opinião sobre o risco relativo, baseado na capacidade do emissor de pagar, totalmente, no prazo acordado (principal mais juros) comparando-os com os outros devedores do mercado. O risco de o emissor, da dívida, pagar o valor combinado, é importante tanto para os investidores, como garantia de que o pagamento do título será feito no prazo e valor contratados, quanto para as empresas emissoras, garantindo que cumprirão o compromisso e que conseguirão negociar bem esses títulos no mercado. A relação ratings e variáveis contábil-financeiras já vem sendo tratada na literatura, há algum tempo, sendo que um importante estudo realizado por Jay & Shank (1997) relacionou os ratings com o fluxo de caixa em empresas industriais americanas, através da média de cinco medidas de fluxo de caixa pertencentes a distintos grupos de ratings. Nos resultados desse estudo, nada foi encontrado, não podendo afirmar, assim, a existência de clara diferença nas médias de fluxos de caixa das empresas, nos diferentes grupos de ratings. Com isso, apareceu a oportunidade abordada por este estudo, de se replicar esse estudo de Jay & Shank (1997), nas empresas brasileiras, industriais e comerciais, classificadas pelas agências de rating, mais especificamente, no ano de 2006. Procurou-se então estudar a existência, ou não, da relação entre fluxo de caixa e ratings, ou seja, verificar se havia, realmente, diferença nas médias das nove medidas de fluxos de caixa (as cinco utilizadas por Jay & Shank, 1997, mais quatro elaboradas por este estudo) para cada grupo de ratings diferente. As médias, os desvios padrão e os índices desvio padrão pela média foram calculados, a fim de verificar, descritivamente, o comportamento, ao longo dos anos, das empresas classificadas nos diferentes grupos de ratings, comparando-os entre si. Pôde-se perceber, com a análise das médias, no decorrer dos anos, que a medida de fluxo de caixa que se expressou mais significativamente, mostrando, claramente a relação dos grupos de ratings, foi a medida de fluxo de caixa seis (lucro operacional somado ao valor da depreciação). Essa conseguiu mostrar, visivelmente, a relação de todos os grupos de classificação de ratings, do maior para o menor, em todos os anos. Além da análise descritiva, foi feita também uma análise estatística. Para tanto, foi possível aplicar o teste não paramétrico U de Mann-Whitney, já que somente os grupos High Grade e Medium Grade puderam ser comparados estatisticamente. Os resultados obtidos mostraram que nenhuma medida de fluxo de caixa, em todos os anos analisados, com nível de 5% de significância, rejeita a hipótese nula de que as médias dos dois grupos são iguais. Porém, as medidas de fluxo de caixa, um (lucro líquido somado à depreciação e ao imposto de renda diferido) e sete (lucro operacional somado à depreciação e à mudança líquida entre os ativos e passivos circulantes), são as mais eficientes em rejeitar a hipótese nula, por apresentarem significância estatística em quatro dos seis anos analisados em cada uma.