Mensuração do risco sistêmico no setor bancário com utilização de variáveis contábeis e econômicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Capelletto, Lucio Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-25112006-074910/
Resumo: O nível de risco sistêmico no sistema financeiro tem sido objeto de constante preocupação no âmbito de organismos internacionais e autoridades de supervisão. As crises financeiras ocorridas em países da América Latina, do Sudeste Asiático, na Rússia, e em diversos outros, causaram vultosos prejuízos econômicos e custos sociais elevados. As pesquisas referentes ao assunto têm buscado encontrar características comuns que possam sinalizar antecipadamente a proximidade dessas crises. Até o momento, as variáveis utilizadas são de natureza econômica, como reservas internacionais, taxa de câmbio e endividamento externo de curto prazo. Frente a essa constatação, este estudo buscou mensurar o nível de risco sistêmico no setor bancário com a utilização de variáveis contábeis e econômicas. Por meio das variáveis econômicas, relativas às taxas de juros e de câmbio, e das variáveis contábeis, representativas da qualidade do crédito e da liquidez, foi possível construir indicadores de riscos que, juntamente com outros de natureza puramente contábil, foram submetidos à análise de regressão logística, a fim de verificar a significância estatística desses indicadores, bem como a existência de modelos capazes de aferir a probabilidade de determinado sistema bancário ser classificado como suscetível ou não à ocorrência de crise. Os resultados alcançados revelaram a existência de indicadores contábeis e de riscos capazes de discriminar os sistemas bancários dos países componentes da amostra pelo nível de risco. As variáveis contábeis e econômicas mais associadas à ocorrência de crises são relacionadas com a qualidade dos créditos, o volume de resultados e o nível de taxa de juros. Todos os indicadores construídos com base nessas variáveis foram identificados como relevantes no processo de classificação, destacando-se os relacionados à volatilidade da inadimplência, à volatilidade da rentabilidade e à volatilidade da taxa de juros, assim como à média da rentabilidade e à média do risco de crédito. Corroborando essa evidência, as equações compostas pelos indicadores citados apresentaram percentuais de acerto nas classificações superiores a 90%. Adicionalmente à correta separação dos grupos, as classificações dos países foram ponderadas pelo índice de risco sistêmico (IRS), que expressa a probabilidade de pertencer a determinado grupo. O ordenamento dos países pelo grau de risco sistêmico no setor bancário fornece parâmetro de comparação significativo para a tomada de decisão calibrada à exigência de cada situação. Por meio dele, é possível saber qual país apresenta maior ou menor risco sistêmico. Além disso, o acompanhamento dos IRS de um país no tempo expõe as tendências e os pontos críticos, os quais servem de subsídios à atuação das autoridades responsáveis pela estabilidade e funcionamento do sistema, tanto do país em foco como dos países relacionados.