Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Vitor Hugo de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-10102013-154501/
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Resumo: |
O presente trabalho visa discutir, a partir das últimas obras de Merleau-Ponty, a articulação entre sua noção de desejo e o conceito de negativo. A pesquisa buscou primeiramente traçar o que o filósofo denomina de arqueologia do contato primordial do corpo com o mundo, buscando a camada pré-objetiva de abertura perceptiva a ele, a sentidos que não foram constituídos pelo sujeito, que o ultrapassam e lhe determinam vetores de sentido. Os temas arqueológicos enfocam as noções de instituição e passividade, a relação da corporeidade humana com a animalidade, e o esquema corporal como abertura estesiológica e libidinal ao mundo, questões que nos abrem a dimensão transtemporal e transespacial do corpo, que arrasta consigo um passado que retoma e antecipa as possibilidades do porvir. A partir desses tópicos, compreende-se que o desejo é busca de ser o dentro do fora e o fora do dentro no sistema de trocas do corpo com o mundo. É nesse sentido que se podem ressaltar algumas noções psicanalíticas, pois elas permitem apreender essa topologia arqueológica do contato, as estruturações de sentido que nos permitem significar o mundo, e que não são de autoria de uma consciência constituinte. Por outro lado, o trabalho discutiu a ideia de negativo na obra do filósofo, a partir de seu diálogo com Sartre, tratando-o a partir da noção de invisível e de imaginário, que representam o avesso e a espessura do ser, como um oco eficaz que se manifesta à percepção. Partindo dessas construções merleau-pontyanas, discute-se a relação desejo-negatividade, a partir da crítica que o filósofo faz a Sartre e à própria Psicanálise, que interpretam o desejo como, respectivamente, estando destinado ao fracasso, e de ser em sua essência falta por um objeto para sempre perdido. Focou-se então na compreensão de uma negatividade natural enquanto latência, espessura do sensível e do corpo, que é condição mesma da percepção e que delineia uma relação de desequilíbrio entre o sujeito e a inesgotabilidade do mundo. Concebendo a Natureza como esse tecido carnal que provoca a carne do corpo, e o corpo senciente enquanto dobra do sensível sobre si mesmo, como retomada e explicitação privilegiada dessa potência interrogativa da vida, pode-se ver que o desejo é inerente ao sentir, contato à distância, espessura denominada pela noção de negatividade natural. |