Geologia de campo pegmatitico de Berilândia, CE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1992
Autor(a) principal: Marques Júnior, Francisco
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44133/tde-28092015-154453/
Resumo: As unidades litoestratigráficas que afloram no Campo Pegmatítico Berilândia, enquadram-se em sequências do Proterozóico, Paleozóico e Cenozóico. O Proterozóico, devido à falta de dados geocronólogicos, chamaremos de Indiviso, está representado por gnaisses, migmatitos, cálcio-silicáticas, anfibolitos, meta-ultramáficas e metarcóseo. Todas esta sequência aflora a noroeste do campo pegmatítico. Os litotipos, gnaisses e migmatitos são dominantes nesta unidade e por meio de contatos bruscos estão encaixados os amfibolitos, meta-ultramáficas e metabasitos. Os amfibolitos, sob a forma de lentes, dispersos por toda a porção oeste e norte, e, associados a estes pequenos corpos de meta-ultramáficas e metabasitos. No período Cambriano, foram agrupadas as rochas graníticas sob a denominação de Complexo Granítico Quixadá-Quixeramobim. São rochas distribuídas na região leste da área, onde afloram granitos e a centro-leste os granodioritos. São corpos intrusivos nos gnaisses do embasamento, exibindo contato, normalmente de cunho tectônico, em decorrência das grandes zonas de cisalhamento dúctil de Senador Pompeu e Quixeramobim. O campo de pegmatítico de Berilândia é representado, em sua grande parte por rochas metamórficas, resultante do metamorfismo regional dinamotermal de grau forte, tendo sofrido, em alguns locais reaquecimento tardio. As Zonas de Cisalhamento Dúctil de Senador Pompeu e Quixeramobim limitam o campo pegmatítico pesquisado a oeste e leste respectivamente e exerceram marcante influência na estruturação regional. As zonas de cisalhamento deformaram intensamente, não apenas as rochas do embasamento, como também as rochas do complexo granítico, e imprimiram ainda orientação preferencial N10 a 20 E à colocação dos corpos pegmatíticos. Com relação ao posicionamento e a mineralização dos pegmatitos, são distinguidos: controles tectônicos, litológicos e controle quanto a dimensão e a disposição interna dos corpos. No que concerne ao controle tectônico, as zonas de cisalhamento foram responsáveis pela disposição dos corpos com direções que variam de N10 a 20 E. Provavelmente, as megazonas de cisalhamento funcionaram no sentido de controlar a forma e dimensão dos corpos, prestando-se ainda como zonas de remobilização de elementos mineralizantes, através das quais soluções ascendentes deram origem as várias feições que compõem os pegmatitos da região. O forte controle litológico pode ser observado principalmente nos pegmatitos heterogêneos simples e complexos, restritos aos gnaisses, enquanto os termos homogêneos ocorrem nas rochas graníticas. Este último apresenta mineralogia simples, textura uniforme e eventualmente mineralizados a berilo. Os heterogêneos simples exibem zoneamento incipiente, frequentemente mineralizados a turmalina, berilo, apatita e ambligonita. Os corpos mais diferenciados (complexos) apresentam zoneamento irregular e incompleto, por vezes repetidos. São caracterizados por apresentar corpos de substituição: albitização, muscovitização e lepidolitização (verde, bicolor e rubelita) e berilos (água marina e industrial). As datações realizadas nas rochas do Complexo Granítico Quixadá-Quixeramobim posicionaram os granitos no Evento Tectono Brasiliano, sendo interpretadas como rochas de idade Cambriana. A filiação genética e a geoquímica dos corpos pegmatíticos, em função das análises realizadas e da estruturação dos corpos induzem para uma origem magmática. No Campo Pegmatítico de Berilândia, existem dois grupos de rochas pegmatíticas que são oriundas de gêneses magmáticas diferentes: os corpos homogêneos são estéreis e geneticamente filiados aos granitos, ao passo que os corpos complexos são zonados, mineralizados em elementos raros e sofreram intenso metassomatismo. São oriundos da anatexia dos litotipos do embasamento, uma vez que o quimismo, a distância e a estruturação dos granitos não permite gerar pegmatitos complexos mineralizados em elementos raros.