Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Blanco, Daniela Cunha |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-04102023-150657/
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Resumo: |
Essa tese procura pensar a construção de um método específico de pensamento em Jacques Rancière, tendo como fio narrativo o que denominamos de cena arqueológica. Partindo do distanciamento em relação ao pensamento de Louis Althusser, passando por uma aproximação crítica em relação ao pensamento de Michel Foucault e de Roland Barthes, traçaremos, por último, um paralelo em relação ao pensamento de Jacques Derrida. Nossa hipótese é a de que a cena arqueológica em Rancière possibilitaria um pensamento que recusa o gesto de remeter todo acontecimento a uma linha causal e a uma instância totalizante que o determinaria, apontando para a necessidade de se pensar a filosofia e a história a partir da contingencialidade e de uma outra temporalidade. O autor propõe uma noção de igualdade - compreendida enquanto gesto performativo - a partir do qual traça uma crítica à ciência marxista proposta por Althusser. Rancière opõe, à ideia de totalidade que ainda persiste na ciência althusseriana e à divisão entre duas humanidades que as essencializa em duas posições políticas e epistemológicas diversas, um outro campo de pensamento que se afasta de certas categorias metafísicas. A aproximação em relação a Foucault e Barthes se dá, portanto, como um gesto que mimetiza a recusa ao pensamento metafísico já operada por esses autores. A partir da construção de algumas cenas em torno dos regimes das artes rancierianos, buscamos perceber como as noções de sujeito e de representação são desconstruídas pelo autor, apontando para um diálogo, de um lado, com o tema da morte do autor e do sujeito e, de outro, com um esgotamento ou dissolução da representação. Os regimes ético e representativo aparecem, assim, respectivamente, como um conjunto de cenas arqueológicas da constituição de uma noção de sujeito e de uma noção de representação que o regime estético e a literatura viriam desconstruir. Com isso, o intuito da pesquisa, ao traçar uma interlocução entre Rancière e os autores de uma geração anterior, é perceber as possibilidades e limites estéticos e políticos de seu pensamento. Trata-se de buscar, nos gestos de desconstrução ou de deslocamento da metafísica e da história causal, a abertura de um campo de possibilidades, bem como apontar os resquícios do pensamento essencializante que impede a ampliação dos campos político e estético. |