Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Moraes Filho, Rômulo Maciel de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17135/tde-25082020-124637/
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Resumo: |
Metrodorea nigra St. Hill., (Rutaceae) é uma espécie arbórea monoica e perene que pode atingir até cinco metros de altura, típica do sub-dossel das florestas estacionais semideciduais, onde ocorre em alta densidade populacional, sendo conhecida popularmente como \"carrapateira\" ou \"caputuna-preta\". M. nigra é considerada como espécie-chave na dinâmica de nutrientes das florestas semideciduais, estando altamente adaptada às condições de sub-bosque. No entanto, sob condições de fragmentação, e especialmente abertura de clareiras e corte seletivo, observa-se uma redução de sua densidade e frequência ou até mesmo seu completo desaparecimento. Embora a importância estratégica desta espécie nas florestas estacionais semideciduais, poucos estudos a nível genético têm sido realizados. Assim, o objetivo geral desta pesquisa foi avaliar se a redução e a fragmentação de habitat podem causar modificações na estrutura genética de populações naturais de Metrodorea nigra ocorrendo em áreas remanescentes de floresta estacional semidecidual na região de Ribeirão Preto-SP, com histórico e intensidade de fragmentação diferenciados. Para isto, foram amostradas populações de adultos e juvenis da espécie M. nigra localizadas em três fragmentos florestais da região (M13-Rib, BSQRib e FAC-Crav) e analisadas por meio de marcadores moleculares ISSR e SSR. Como resultados, foram observados um total de 136 loci ISSR (média de 17/primer), sendo 133 polimórficos (97,79%). A diversidade genética de Nei (He) foi relativamente alta considerandose o total dos indivíduos (0,31), e os valores por população foram de 0, 27 (BSQ-Rib), 0,26 (M13-Rib) e 0,24 (FAC-Crav). Pela análise de marcadores SSR observou-se um alto número de alelos (K = 104) com uma média de 14,85 alelos por lócus. A heterozigosidade esperada média para os três fragmentos foi de He = 0,771. Os valores por fragmento foram, He = 0,688 (FAC-Crav), He = 0,704 (M13-Rib) e He = 0,765 (BSQ-Rib). A heterozigosidade observada média foi de Ho = 0,516, sendo praticamente idêntica nos três fragmentos. Todos os conjuntos amostrais analisados exibiram índice de fixação positivo e significativamente diferente de zero, indicando endogamia, que pode ser oriunda da estrutura natural das populações devido ao sistema de dispersão barocórico de sementes, no qual as sementes são disseminadas próximas ao parental materno. As análises com ambos os marcadores indicaram estruturação entre as populações sendo maiores os valores observados na análise com os marcadores ISSR. Não foram observadas diferenças significativas entre as gerações de adultos e juvenis em nenhum dos fragmentos, indicando a resiliência da espécie M. nigra aos efeitos da fragmentação e redução de habitat. As análises da estrutura genética espacial (EGE), realizadas com ambos os marcadores, mostraram autocorrelações positivas, entre as distancias genéticas e geográficas nas primeiras classes de distância avaliadas (até 20m), de maneira semelhante ao esperado dentro do modelo de isolamento por distância (IBD). A população do fragmento BSQ-Rib exibiu a maior EGE, provavelmente devido ao seu histórico de corte seletivo e a atual presença de uma trilha em seu interior. Na análise entre gerações, foram observadas diferenças nos padrões de estrutura genética espacial apenas no fragmento FAC-Crav, onde não se observou estruturação genética entre as árvores adultas. Os resultados desta pesquisa nos levam a concluir que M. nigra é uma espécie tolerante à redução de habitat, conseguindo se manter em fragmentos de pequeno tamanho. No entanto parece ser pouco tolerante à abertura de clareiras e corte seletivo, pois depende da sombra de outras árvores para que suas sementes germinem e se estabeleçam. Assim, esta característica torna a M. nigra uma espécie ideal para o monitoramento da qualidade ambiental dos remanescentes da floresta estacional semidecidual da região de Ribeirão Preto (SP). |