Impactos econômicos e regionais dos investimentos em geração de energia elétrica no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Diniz, Tiago Barbosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-22072019-100002/
Resumo: Para atender os seus compromissos climáticos, o Brasil planeja elevar a participação das fontes renováveis, além da hidrelétrica, na oferta de eletricidade. Segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2026), a expansão da capacidade instalada no período 2017-2026 será predominantemente com investimentos na geração à gás, eólica e solar. No entanto, as áreas disponíveis e aptas para tais projetos estão concentradas, em sua maioria, nas regiões com menor PIB per capita, a exemplo da Nordeste, de modo que a expansão da capacidade instalada pode ter implicações econômico-regionais, que podem ser intensificados a depender da configuração da matriz elétrica. Não obstante a importância da temática, ainda há uma evidente lacuna na literatura. Este trabalho, portanto, analisa essa questão com o objetivo de verificar quais os impactos econômicos e regionais dos investimentos em geração de energia elétrica, com base nos cenários de expansão delineados no PDE 2026. Para tanto, é utilizado o TERM-BR10, modelo de equilíbrio geral computável, regional (bottom-up), dinâmico-recursivo e para o qual foi desenvolvido um módulo específico para simulações com o setor elétrico em que são representados oito tipos de geração de eletricidade (eólica, solar, hidráulica, biomassa, térmicas à gás, carvão, diesel e óleo combustível e outras térmicas) e em que se permite a substituição entre os diferentes tipos de geração em nível regional. Para as simulações, assume-se como linha de base a expansão prevista no Caso 8 - Expansão Dirigida, do PDE 2026, por ser a que tem menos interferência de diretrizes políticas. Já as expansões previstas para o Caso 1 (cenário de referência), o Caso 4 (redução no custo de investimento na geração solar) e o Caso 5 (sem novas usinas hidrelétricas) foram adotadas como cenários alternativos. Os resultados obtidos evidenciam que, em relação a linha de base, um plano de expansão com maior inserção de geração solar (Caso 4) pode impactar elevação acumulada de 0,45% no PIB brasileiro e de até 2,15% em regiões específicas, sendo as áreas mais beneficiadas aquelas da região Nordeste do país. Também verifica-se que um cenário sem novas usinas hidrelétricas (UHE) não implica perdas ao Brasil em termos de PIB ou emprego, o que é particularmente relevante face as exigências ambientais cada vez mais rigorosas sob esse tipo de geração. Ademais, foi também observado que as diretrizes de política inseridas nos cenários alternativos do PDE têm benefícios distributivos, com impactos positivos maiores para as regiões mais pobres e famílias com renda mais baixa.