Análise toxicológica do fármaco imidazólico cetoconazol sobre organismos aquáticos: uma abordagem dos efeitos antioxidantes do extrato de jabuticaba (Myrciaria jaboticaba)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Prado, Caio César Achiles do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/97/97140/tde-11122024-163804/
Resumo: A presença de contaminantes de preocupação emergente em ambientes aquáticos, como o fármaco cetoconazol (CTZ), tem se mostrado problemática nas últimas décadas. Evidências preliminares demonstram que o CTZ apresenta grande risco para a vida aquática. No entanto, pouco se sabe sobre os danos e efeitos que esse composto pode causar sobre macroinvertebrados e organismos fotossintéticos. Assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a toxicidade do CTZ sobre organismos aquáticos não-alvo de ecossistemas dulcícolas: Raphidocelis subcapitata, Ceriodaphnia dúbia, Daphnia similis e Chironomus sancticaroli. Considerando os efeitos oxidativos gerados pelo CTZ, já relatados em literatura, também foi testada a hipótese de que organismos suplementados com extratos antioxidantes apresentam redução dos danos gerados pelo estresse oxidativo. Dessa forma, os resultados obtidos demonstraram que o organismo C. dubia foi o mais sensível ao CTZ dentre os avaliados (EC50,120h de 2,5 μg/L), seguido por D. similis (EC50,48h 4,3 μg/L), C. sancticaroli (LC50,48h de 9,9 μg/L) e R. subcapitata (IC50,120h de 15,02 μg/L). Em D. similis, C. sancticaroli e R. subcapitata, concentrações subletais provocaram mudanças sobre o sistema fisiológico destes organismos, apresentando variações dos biomarcadores de estresse oxidativo, morfologia reprodução, entre outros parâmetros. Além disso, determinou-se que o extrato de jabuticaba (EJ) apresentou alta atividade antioxidante pelos métodos ABTS, DPPH e Folin-Ciocalteu; e nenhum potencial mutagênico, verificado pelo ensaio de reversão com Salmonella Typhimurium/AMES. Nos ensaios com C. sancticaroli e D. similis, ambos apresentaram melhorias das respostas do sistema redox após serem tratados com EJ. Do mesmo modo, também evidenciou melhoria das respostas antioxidantes e redução na taxa de peroxidação lipídica. Além disso, nenhum potencial toxicológico foi verificado após exposição prolongada ao EJ em C. dubia, C. sancticaroli e D. similis, o que possibilita seu uso com maior segurança. Assim, foi verificado o potencial protetor de ação do EJ contra os danos do estresse oxidativo, representando ainda uma nova alternativa terapêutica e profilática para organismos aquáticos sujeitos a estresses ambientais e/ou antrópicos.