Complicações da Terapia Nutricional Enteral (TNE) e fatores associados em pacientes hospitalizados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Figueredo, Luana Prado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-21062011-152352/
Resumo: Trata-se de um estudo observacional, retrospectivo, cujo objetivo foi descrever o perfil dos pacientes e características da Terapia Nutricional Enteral (TNE) bem como analisar as complicações dessa terapia e os fatores associados em pacientes adultos hospitalizados. O estudo constituiu-se de uma amostra de 214 pacientes internados, no período de 2008 e 2009, em um hospital universitário do Município de São Paulo. Os dados foram coletados dos prontuários e das fichas de avaliação nutricional, em um formulário elaborado para o estudo. Os resultados permitiram verificar que: 1 a-) em relação ao perfil dos pacientes e terapia nutricional enteral, houve predominância do sexo masculino (55,6%), com média de idade de 64,8 anos; internados em unidades de semi-intensiva e UTI (66,8%). b-) Referente à terapia nutricional enteral, a média de dias de nutrição enteral foi de 13,2 dias, e 43,5% dos pacientes receberam-na em até uma semana. Quanto à via de acesso enteral, predominaram as sondas nasoenterais (96,3%) e o método de administração contínuo da dieta (67,3%). 2-) em relação às complicações da TNE e os eventos observados - dos 214 pacientes da amostra, em 200 deles houve complicações durante o uso da nutrição enteral. Verificou-se a ocorrência de complicações: gastrointestinal (90,5%), metabólica (55,0%), mecânica (41,5%) e pulmonar (13,0%). Os eventos observados mais frequentes da complicação gastrointestinal foram: distensão abdominal (33,4%), constipação (17,5%) e alto volume residual gástrico (14,6%). Na complicação metabólica, o evento observado foi hiperglicemia (55,0%), com valor médio de 174,2 mg/dL. Os eventos observados predominantes da complicação mecânica foram: saída não programada da sonda enteral (70,5%), seguida de obstrução da sonda enteral (19,0%). Na complicação pulmonar, a aspiração pulmonar (13,0%) foi o evento observado. 5-) Quanto ao método de infusão houve associação significativa da infusão contínua com os seguintes eventos observados na complicação gastrointestinal: alto VRG (p=0,000), constipação (p=0,010), distensão abdominal (p=0,037). Na complicação mecânica, houve associação significativa com a infusão intermitente nos seguintes eventos: saída não programada da sonda enteral (p=0,005) e deslocamento da sonda enteral (p=0,040). 6-) Quanto à terapia medicamentosa, houve associação significativa da complicação metabólica (hiperglicemia) e o uso de sedativos/opioides (p=0,000) e drogas vasoativas (p=0,000). Este estudo demonstrou que as complicações coexistentes com a TNE são muito prevalentes nesta população (93,5%). Além disso, verificou-se que existe elevada ocorrência de eventos observados (617), sendo as complicações (400) que apresentaram intersecções significativas com outras variáveis acima descritas. Portanto, investigações das condições clínicas, as terapêuticas e os cuidados no uso da sonda enteral devem ser reiteradamente indicadas, sobretudo para os enfermeiros que são responsáveis pela administração e monitoramento da nutrição enteral.