Avaliação dos efeitos do betabloqueador nebivolol sobre o peritônio em modelo experimental murino de diálise peritoneal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Mazo, Anna Rita Moraes de Souza Aguirre
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5148/tde-11012012-094627/
Resumo: A falência de ultrafiltração (UFF) é uma causa importante de interrupção da diálise peritoneal (DP) enquanto terapia renal substitutiva. Além da inflamação crônica e aguda causadas à membrana peritoneal (MP) pelos produtos de degradação da glicose, produtos avançados da glicosilação, pH ácido das soluções e infecções, -bloqueadores (BB) também foram implicados na gênese da UFF. A vasoconstrição arteriolar esplâncnica é considerada a causa provável da UFF por BB. O nebivolol (NV), um bloqueador 1-adrenérgico altamente seletivo que, diferente de outros BB, possui efeito vasodilatador por aumento de óxido nítrico (NO) por ativar a via L-arginina-NO, foi testado em pacientes idosos com ICC e levou à redução na mortalidade. O objetivo desse estudo é analisar os efeitos do NV sobre a ultrafiltração (UF), MP e características do efluente em um modelo animal de DP, através do estudo de fenômenos envolvidos na degeneração da MP e UFF, como transição epitélio mesenquimal (EMT) e fibrose, além de parâmetros humorais e celulares de inflamação. 21 camundongos C57BL/6 fêmeas, não urêmicos, com 12 a 14 semanas, foram submetidos à colocação de cateter peritoneal. Após uma semana, foram divididos em 3 grupos de 7 animais: grupo controle (observação 30 dias), grupo SDP (2 mL/ dia de solução glicosada de diálise peritoneal a 4,25% através do cateter, por 30 dias) e grupo NV (além da infusão, receberam 8 mg/kg/dia de NV por gavagem, por 30 dias). Após 30 dias, comparou-se espessura submesotelial, volume de UF, velocidades de transporte de pequenos solutos, marcação submesotelial de pan-citoqueratina, para quantificar EMT, contagem de vasos, linfangiogênese diafragmática e concentração de IL-6 e IL-10 no efluente. A espessura da MP foi de 23,14 m no grupo controle, no grupo SDP foi de 102,4 m e no grupo NV, 29,04 m, com p<0,05. O volume de UF foi 1,94mL para o grupo controle, para o grupo SDP, 1,56 mL e, para o grupo NV, 2,05 mL, também com p<0,05. Houve menor EMT, menor angiogênese e tendência a transporte mais lento de solutos no grupo tratado, assim como menor concentração de IL-6 e proporções de populações de linfócitos semelhantes às do grupo controle. Concluímos que a droga impediu o desenvolvimento de UFF, através do bloqueio de fenômenos como EMT, espessamento da MP e neoangiogênese, além de preservar características de imunidade celular e humoral locais, merecendo ser estudada em pacientes submetidos à DP