Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Ledo, Isabela Cristina Batista |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-22012018-105628/
|
Resumo: |
O aumento no consumo de substâncias psicoativas tem sido difundido como um problema social e um dos vinte mais importantes problemas de saúde pública no mundo. É preciso que se faça uma reflexão crítica e contextualizada acerca disto, retomando a questão do uso de drogas enquanto efeito de um discurso. Diferentes saberes têm sido convocados neste cenário. Dentre esses, destaca-se o da psicanálise que sustenta uma práxis a partir de uma política específica. Qual o trabalho que os psicanalistas vêm produzindo nesse cenário? Quais os desafios e possibilidades nesse contexto? O objetivo desta pesquisa constituiu-se em investigar os métodos de trabalho que têm sido propostos por psicanalistas em instituições de assistência a usuários de álcool e drogas. Trata-se de uma pesquisa em psicanálise, por meio dos seguintes procedimentos: i) uma revisão sistemática da literatura; ii) uso da técnica de entrevistas semiestruturadas com psicanalistas que trabalham em instituições. A sustentação de uma clínica analítica para além dos muros do consultório e das instituições psicanalíticas é uma aposta, desde Freud, e uma escolha cada vez mais recorrente dos analistas. Dentre os desafios, como prosseguir um trabalho que não se edifica sob a égide da normatividade, da universalização, da erradicação do sintoma, na relação com a equipe, numa instituição que tem justamente estes princípios como base? Como trabalhar fora do par, sem que isto signifique fora de um laço na instituição? A partir da revisão da literatura, foi possível extrair que, apesar de na lógica lacaniana, psicanálise em intensão e em extensão estarem em uma continuidade moebiana, os textos apresentavam uma espécie de ruptura. Se, por um lado, do ponto de vista metodológico, na clínica com o paciente usuário de álcool e drogas havia uma vasta e rica construção teórica; por outro, havia um certo silenciamento ou uma evidenciação exacerbada em termos das dificuldades do trabalho do analista na relação com os outros saberes. Uma das conclusões desta pesquisa é que o trabalho do analista na relação com outros discursos pode ser tomado não apenas em termos de dificuldade, mas como causa do trabalho analítico. Para isto, foi importante considerar a relação que o analista estabelece com o seu próprio saber, com um outro discurso e o que ele decide fazer a partir daí. Uma das contribuições desta pesquisa se dá pela formalização de uma possível modalidade de construção do lugar do analista na relação com outros discursos, utilizando-se como operadores de leitura as noções lacanianas de política, estratégia e tática. Entrar no cenário institucional não garante um lugar ao analista, é preciso um compromisso em construí-lo a cada vez. Construção que implica uma ética operada por um ato e uma modalidade de laco específica, em função de uma finalidade de tratamento que não passa pelos ideais. Trazer reconhecidamente tal estrutura, pelo próprio analista, nesta relação de continuidade e articulação da psicanálise em intensão e em extensão é tido como uma condição fundamental para um analista praticar a sua especificidade no contexto institucional |