Influência da etnia na apresentação do lúpus eritematoso sistêmico juvenil: um estudo multicêntrico brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Fiorot, Fernanda Jusan
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-17012023-182821/
Resumo: Objetivo: Avaliar a influência da etnia na apresentação de pacientes com lúpus eritematoso sistêmico juvenil (LESJ). Métodos: Este estudo multicêntrico incluiu pacientes com LESJ, diagnosticados pelos critérios do American College of Rheumatology e seguidos em 27 serviços de Reumatologia Pediátrica do Brasil. Etnia foi classificada em quatro grupos distintos de acordo com a etnia reportada pelos próprios pais e pela etnia referida dos quatros avós. A análise estatística foi feita usando o índice de correção de Bonferroni (p<0,0027). Resultados: 1.537 pacientes com LESJ foram classificados de acordo com os grupos étnicos em: caucasianos (n=786), afrodescendentes (n=526), asiáticos (n=8) e outros/desconhecidos (n=217). Comparações entre 1.312 afrodescendentes e caucasianos revelaram mediana de idade ao diagnóstico de LESJ [12,2 (2,6-18) vs. 12,1 (0,3-18) anos, p=0,234], intervalo de tempo para o diagnóstico [0,25 (0-12) vs. 0,3 (0-10) anos, p=0,034] e índice SLEDAI-2K [14 (0-55) vs. 14 (0-63), p=0,781] foram similares em ambos os grupos. As medianas do número de critérios de acordo com o SLICC (6,47±1,911 vs. 5,81±1,631, p<0,0001) e as frequências de eritema maculopapular (8% vs. 3%, p<0,0001), úlceras orais em pálato (17% vs. 11%, p=0,001), úlceras orais em língua (4% vs. 1%, p=0,001) e alopécia (29% vs. 16%, p<0,0001) foram significantemente maiores em afrodescendentes, enquanto eritema malar (45% vs. 58%, p<0,0001) foi mais frequente em caucasianos. As presenças de anticorpo antifosfolípide, (23% vs. 12%, p<0,0001), baixos níveis de complemento (58% vs. 41%, p<0,0001) e teste de Coombs direto positivo (10% vs. 5%, p=0,001) também foram significantemente maiores nos afrodescendentes. Conclusões: O presente estudo demonstrou que a gravidade da apresentação da doença em afrodescendentes com LESJ foi comparável aos caucasianos. Manifestações mucocutâneas e perfil de autoanticorpos foram os únicos achados distintos entre os grupos. A miscigenação genética presente na população brasileira provavelmente minimizou a diversidade no espectro de apresentação clínica desses pacientes