Modos e tempo de evolução em linhagens do vírus da raiva (RABV) mantidos por reservatórios aéreos e terrestres com base em genomas completos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Oliveira, Rafael de Novaes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-15012015-083626/
Resumo: A raiva é uma zoonose que afeta o sistema nervoso central, de evolução aguda e fatal, mantida em mamíferos e conhecida há milênios. Presente na América, Europa, África e Ásia, tem como agente etiológico o vírus da raiva (RABV), um vírus RNA neurotrópico, pertencente à ordem Mononegavirales, família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus., o qual é composto por quatorze espécies. Entre os Lyssavirus, o RABV é o mais amplamente distribuído mundialmente e tem maior importância epidemiológica dada sua associação com um maior número de casos de encefalite por Lyssavirus em humanos em relação às outras espécies. São admitidos dois ciclos de transmissão para a raiva, o ciclo urbano e o ciclo silvestre. O ciclo urbano ou terrestre tem o cão como principal reservatório e transmissor do vírus para outros cães, outros animais domésticos e para o homem, enquanto o ciclo silvestre ou aéreo é mantido por diferentes mamíferos silvestres e quirópteros. A origem comum dos dois ciclos do RABV á partir de um RABV ou Lyssavirus ancestral e a divergência adaptativa ocorrida desde então, causada pela adaptação de tal vírus em paisagens adaptativas tão variadas e distintas representadas pelas ordens Carnivora e Chiroptera, levaram ao surgimento das diversas linhagens encontradas nos ciclos terrestre e aéreo. Sendo assim, com o objetivo de se estudar as diferenças geradas nos RABV dos ciclos aéreo e terrestres devido a sua evolução em paralelo nestas duas ordens foram analisadas 159 sequências genômicas do RABV (59 do ciclo terrestre e 100 do ciclo aéreo), sendo que 21 destas sequências foram obtidas neste estudo e representam oito linhagens de RABV existentes no Brasil e cinco destas linhagens de RABV tiveram seus genomas sequenciados pela primeira vez. Foram analisados aspectos como as diferentes taxas de substituição de nucleotídeos por sítios (heterotaquia) entre os mesmos genes do RABV mantidos no ciclo aéreo e terrestre, análise do melhor gene para a realização de estudo filogenéticos confiáveis para o RABV, tempo de divergência entre os ciclos, padrões de variabilidade genética e vieses quanto ao uso preferencial de códons em cada ciclo. Como resultado, concluí-se que a divergência adaptativa ocorrida entre os dois ciclos do RABV fez com que alguns aspectos evolutivos de seu genoma apresentem padrões diferentes de acordo com o ciclo do RABV analisado.