Qualidade de vida relacionada à saúde de pacientes antes e após o implante de cardioversor desfibrilador implantável

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Fernandes, Paolla Algarte
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-10112022-151521/
Resumo: Introdução: Há diversos procedimentos que auxiliam no tratamento das doenças cardíacas, um deles é o implante do cardioversor desfibrilador implantável (CDI). Apesar dos inúmeros benefícios clínicos, existem evidências de que o CDI pode alterar a qualidade de vida dos pacientes. Objetivo: Avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) e os sintomas de ansiedade, depressão e ansiedade cardíaca (AC) de pacientes no pré-operatório, três e nove meses após implante do CDI, bem como investigar a relação da QVRS com sintomas de ansiedade, depressão, AC e características sociodemográficas e clínicas. Método: Estudo observacional analítico, realizado em um hospital universitário do interior paulista. Uma amostra consecutiva e não probabilística foi constituída por pacientes de ambos os sexos, maiores de 18 anos, com indicação de implante do CDI. A coleta de dados foi realizada por entrevistas individuais e consulta aos prontuários, no dia da cirurgia (pré-operatório), três e nove meses após o implante do CDI. Para a avaliação da QVRS foi utilizado o instrumento \"Medical Outcomes Study 36 - Item Short-Form Health Survey\", com maiores valores indicando melhor avaliação, para a avaliação dos sintomas de ansiedade e depressão e ansiedade cardíaca, foram utilizados o \"Hospital Anxiety and Depression Scale\" e o \"Questionário de Ansiedade Cardíaca\", respectivamente, com maiores valores indicando maior sintomatologia. Utilizado o teste de Friedman para comparar a QVRS e os sintomas nos três tempos. Utilizados o Teste de Correlação de Spearman e o teste de Mann-Whitney para investigar as correlações/associações da QVRS com os sintomas de ansiedade, depressão, AC e características sociodemográficas e clínicas. Nível de significância de 5%. Resultados: Participaram 18 pacientes, maioria do sexo masculino (72,2%), inativa profissionalmente (88,9%), com baixa escolaridade e renda mensal. A média de idade foi de 57,7 (DP=13,2). Com relação a avaliação da QVRS nos três tempos, as medianas obtidas no domínio \"Dor\" apresentaram diferença estatisticamente significante, quando comparadas no pré-operatório (mediana = 35,0) e três meses após o implante (mediana = 15,0). Quanto à avaliação longitudinal dos sintomas, as medianas obtidas para ansiedade apresentaram diferença estatisticamente significante, quando comparadas três meses (mediana = 8,0) e nove meses após o implante (mediana = 6,0). Não encontramos associação da QVRS dos participantes com o sexo, a idade e o uso de psicofármacos. Encontramos correlações negativas, de forte magnitude e significativas entre o Componente Emocional da QVRS e os sintomas de ansiedade e depressão, nos três tempos, bem como correlações negativas, de forte magnitude e significativas desse componente com os sintomas de AC no pré-operatório e nove meses após o implante. Conclusão: os pacientes apresentaram piores avaliações no domínio \"Dor\" da QVRS no retorno de três meses quando comparados com o pré-operatório, bem como apresentaram mais sintomas de ansiedade três meses após o implante quando comparados com nove meses após o implante. Quanto à relação da QVRS com os sintomas de ansiedade e depressão, observou-se que nos três tempos investigados, quanto pior a avaliação do Componente Emocional da QVRS, maior a sintomatologia. O mesmo foi observado com os sintomas de AC e o Componente Emocional da QVRS no pré-operatório e nove meses após o implante.