Crescimento estacional dos capins colonião (Panicum maximum Jacq), Gordura (Melinis minutiflora Pal de Beauv), Jaraguá (Hyparrhenia rufa (Ness) Stapf) e Pangola de Taiwan A-24 (Digitalia pentzii Stent)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1972
Autor(a) principal: Pedreira, José Vicente Silveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240301-144305/
Resumo: O presente trabalho teve por finalidade principal avaliar a variação do crescimento estacional dos capins colonião (Panicum maximum Jacq), gordura (Melinis minutiflora Pal de Beauv), Jaraguá (Hyparrhenia rufa (Ness) Stapf) e pangola de Taiwan A-24 (Digitaria pentzii Stent) e foi conduzido durante 5 anos agrícolas: 1965/66, 1966/67, 1967/68, 1968/69, 1969/70. Os resultados foram obtidos através de um sistema de cortes de parcelas cultivadas com os capins mencionados. As colheitas eram feitas sempre que pelo menos dois capins estivessem em condições de corte. O rendimento alcançado no fim do período era dividido pelo número de dias do mesmo e obtinha-se assim, a taxa de crescimento diário da cultura. Esta se referia à capacidade do capim em produzir kg de matéria seca a 70°C, por hectare, por dia. Além da repetição no espaço foram previstas repetições no tempo, com a finalidade de se obter em um mesmo capim, diferentes estádios de crescimento vegetando a um mesmo tempo. Essa situação, além de fornecer um maior número de observações, propiciaria resultados mais adequados para o estudo de produção de pastagens. Os rendimentos de todos os capins estudados, em kg de matéria seca a 70°C, por hectare, obtidos em cada ano agrícola, foram também considerados dividindo-se o ano agrícola em duas estações: “verão” (iniciando-se em meados de outubro e encerrando-se em meados de abril do ano seguinte) e “inverno” (de meados de abril a meados de outubro). As produções anuais de “verão” e “inverno” foram analisadas comparando-se os rendimentos dos capins dentro de cada ano agrícola e, dentro de cada capim, as produções dos cinco anos agrícolas do ensaio. Durante o primeiro ano de trabalho, em cada corte foi feita urna análise dos perfilhos, avaliando-se o número por unidade área, o peso médio individual (seco a 709°) e a relação nº de perfilhos aéreos/nº de perfilhos basais. Para cada capim foi feita análise estatística comparando-se “verão” e “inverno”. Nos anos agrícolas de 1965/66, 1968/69 e 1969/70, por ocasião de cada corte foram coletadas amostras, que foram analisadas bromatologicamente para determinação da porcentagem de matéria seca, proteína e fibra brutas, extrato etéreo, matéria mineral e extrato não nitrogenado. Os resultados foram discutidos considerando-se a variação dentro do ano e comparando-se as situações de “verão” e “inverno”. Com os resultados obtidos no presente trabalho podem-se oferecer as seguintes conclusões gerais: 1. Os valores máximos e os valores mínimos das taxas de crescimento da cultura (médias mensais calculadas nos cinco anos do ensaio), em kg de matéria seca a 70°C/ha/dia, foram os seguintes: colonião 64,0 e 2,0; gordura 29,1 e 2,9; jaraguá 56,1 e 1,7 e pangola de Taiwan 82,2 e 3,1. 2. Os capins pangola de Taiwan e o colonião foram os mais precoces em iniciar o crescimento na primavera, em seguida vinha o gordura e por último o jaraguá. O encerramento da estação de crescimento do colonião e do pangola de Taiwan também se deu antes dos outros dois capins. 3. As taxas de crescimento diário da cultura dos capins colonião, gordura, jaraguá e pangola de Taiwan corresponderam, durante o “inverno”, respectivamente, a 13%, 36%, 15% e 13% das taxas de crescimento registradas durante o “verão”. 4. As taxas mínimas de crescimento diário da cultura ocorreram sob temperaturas mínimas diárias de 9,8 a 10,8°C (intervalo para as médias dos quatro capins durante os cinco anos experimentais), valores esses bastante próximos das temperaturas mínimas diárias registradas durante o ensaio. 5. As taxas máximas de crescimento diário da cultura ocorreram sob temperaturas máximas diárias de 28,6 a 29,8°C (intervalo para as médias dos quatro capins durante os cinco anos experimentais), valores esses bastante próximos das temperaturas máximas registradas durante o ensaio. 6. As chuvas da primavera influíram diretamente nas taxas de crescimento diário da cultura, tanto pela quantidade como pela distribuição. 7. Durante o “verão”, as curvas de crescimento apresentaram uma forma global semelhante à curva de disponibilidade de chuva. 8. Em dezembro-janeiro, fugindo ao comportamento comum aos outros capins estudados o capim gordura, teve diminuída sua taxa de crescimento diário da cultura mesmo sob precipitações pluviométricas e temperaturas nos seus pontos mais elevados. 9. Segundo conceituado em 4.1.6, o colonião apresentou a estação de pastoreio média mais longa e com notável consistência nas datas de início e encerramento; em seguida vieram o pangola de Taiwan, jaraguá e gordura, os três, porém, com grande variação na duração, início e fim das mesmas estações. 10. Em termos de capacidade de suporte estimada, os capins colonião, gordura, jaraguá e pangola de Taiwan, apresentaram nos meses mais produtivos (novembro a fevereiro), os valores médios máximos de 4,8, 1,9, 4,3 e 5,6 cabeças/ha, respectivamente. Nos meses menos produtivos (maio a agosto), na mesma ordem, os valores médios mínimos foram: 0,3, 0,5, 0,4 e 0,3 cabeças/ha. 11. Analisando-se os cinco anos em conjunto, o capim pangola de Taiwan deu as maiores produções média anuais de matéria seca a 70°C/ha/ano (7.600 a 16.800 kg), vindo em seguida o colonião (8.800 a 13.400 kg), jaraguá (4.000 a 13.900 kg), e finalmente o gordura (3.000 a 8.500 kg). 12. As produções de inverno em kg de matéria seca a 70°C/ha, variaram de 700 a 2.200 para o colonião, 326 a 2.733 para o gordura, 255 a 2.106 para o jaraguá e 283 a 3.551 para o pangola de Taiwan. 13. Excluindo-se 1969/70, as produções de matéria seca do “inverno” corresponderam a cerca de 9%, 16%, 6% e 8% da produção anual para os capins colonião, gordura, jaraguá e pangola de Taiwan, respectivamente. 14. Estima-se que depois de estabilizados os “stands”, as produções anuais de matéria seca do colonião, gordura, jaraguá e pangola de Taiwan corresponderiam respectivamente a 60 a 70%, 35 a 70%, 28 a 50% e 45 a 75% das produções do primeiro ano. 15. Os perfilhos dos capins colonião, jaraguá e pangola de Taiwan eram mais pesados na época de maior produção (“verão”), do que na época de menor produção (“inverno”). Parece que o número de perfilhos aéreos seria fator importante na produtividade do capim gordura. 16. Quanto à composição bromatológica, as diferenças mais acentuadas entre “verão” e “inverno”, foram as dos de matéria seca. 17. Para todos os capins o teor de fibra bruta foi maior no “verão” que no “inverno”. O pangola de Taiwan apresentou os teores mais elevados e o gordura os mais baixos. O colonião e o Jaraguá ocuparam posições intermediárias. 18. Os teores de proteína bruta variaram de 10 a 15% para o colonião e para o gordura; de 8 a 12% para o jaraguá; e de 8 a 17% para o pangola de Taiwan.