Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Lima, Sheila Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-05122007-151052/
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Resumo: |
O percurso de formação do leitor, sobretudo na sua fase inicial, que coincide com a entrada da criança na escola, parece condicionado não apenas a uma ambiência de leitura bem constituída, estabelecida pelo contato freqüente com a cultura gráfica por meio de diversos suportes da escrita. Há, nesse processo de transição, caracterizado pela extrapolação de um domínio da língua por meio da fala para se efetivar a entrada na escrita, a relevância de uma ancoragem em um repertório de diversos gêneros da oralidade constituído ao longo da primeira infância, no ambiente parental. Buscando melhor compreender os fatores que condicionam a efetiva entrada da criança no universo da escrita gráfica e, desta forma, sua aprendizagem da leitura, esta pesquisa procura investigar três aspectos que parecem fundamentais: o conceito de língua, a concepção de leitura e a relação entre aquisição de língua, em suas diversas expressões e possibilidades subjetivas. Diante de tal quadro, apoiou-se a investigação em teorias oriundas da Lingüística, da Psicanálise e da Educação. Assim, num primeiro momento, procura-se explorar uma concepção de língua a partir do fato de que sua manifestação está referenciada ao desejo do sujeito que a põe no discurso, o que torna sua aquisição sempre relacionada ao contato com o outro, primeiramente parental. Num segundo momento, define-se leitura a partir de um viés psicanalítico, portanto concebendo-a como um fenômeno que não se restringe à escrita gráfica e toda sua materialidade, mas amplia-se para as possibilidades do oral e as manifestações do inconsciente. Daí a necessidade de se propor metodologias que conduzam os processos de ensino de leitura e escrita tendo em vista as experiências da oralidade da criança. Tendo realizado tal percurso de extrapolação dos conceitos de língua e de leitura, apresenta-se aqui o relato de um estudo de caso realizado com uma criança com graves dificuldades de aprendizagem do código da escrita, na qual se pôde observar alguns percalços de sua relação com a língua já na oralidade, marcados, sobretudo, por um uso estritamente instrumental, sem a inserção de textos de gêneros lúdico-poéticos. Os resultados de tal situação de uso da língua se evidenciaram na prevalência de uma estruturação associativa do pensamento e da linguagem, bem como na fixação imagética, o que lhe dificultava transitar pela dupla articulação da língua, bem como pelo seu caráter metafóricometonímico. Diante de tal quadro e das freqüentes estratégias que buscavam a sua alteração, conclui-se que uma experiência oral bem constituída, marcada por uma leitura da imaterialidade da palavra e sempre associada a momentos de dinamização do desejo e da relação com o outro, pode ser fundamental para uma entrada bem sucedida no universo da escrita gráfica. |