Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2004 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Alivinio de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-24112004-090158/
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Resumo: |
O presente estudo avalia a percepção de potenciais usuários da Hidrovia Tocantins-Araguaia sobre seus possíveis impactos econômicos, sociais e ambientais em 7 municípios, no Estado do Tocantins. Foram entrevistados 24 indivíduos representantes do poder público, da iniciativa privada, de entidades de classe e de organizações não-governamentais ambientalistas. Como evidência de campo, verificou-se que, no rio Araguaia, a limitada infra-estrutura operacional, instalada em 1998, está completamente deteriorada e que as embarcações estão sem uso desde 2000. No rio Tocantins, verificou-se a inexistência de eclusas que permitam vencer os desníveis naturais mais agressivos, aumentando a navegabilidade e possibilitando o tráfego dos comboios. Diante disso, pode-se afirmar que a Hidrovia ainda está longe de se consolidar como um modal de transporte alternativo para o Estado. Quanto à opinião dos entrevistados, de modo geral,consideram interessante, oportuna e estratégica a presença da Hidrovia Tocantins-Araguaia em seus municípios, principalmente para o transporte de insumos e produtos. A despeito da pouca nformação de que dispunham sobre sua dimensão, potencial e impactos, manifestaram expectativas positivas quanto aos aspectos econômicos e sociais e negativas quanto aos ambientais. Vários assinalaram que o lento processo de implantação compromete sua inserção nos projetos institucionais ou empresariais e causa descrença sobre sua consolidação. A análise estatística dos dados de campo, realizada através de uma regressão do tipo stepwise, revela que os agentes econômicos relacionam a importância da Hidrovia Tocantins-Araguaia para seus municípios aos impactos econômicos, sociais e ambientais que ela possa causar. Os resultados individuais mostraram-se significativos, segundo o nível de probabilidade "p", para as variáveis selecionadas pelo modelo, sob α = 0,20(erro tipo I) estabelecido à priori. Foram significativos e positivos os coeficientes das variáveis geração de emprego e renda, oferta de serviços estruturais municipais e valor das propriedades ribeirinhas e, negativos, os coeficientes das variáveis conhecimento e informação sobre a hidrovia, atividades de indústria e comércio, atividades de turismo e oferta de serviços sociais municipais. A variável atividades de agricultura não foi significativa. O grupo focal, realizado com a finalidade de ampliar a discussão qualitativa sobre a Hidrovia Tocantins-Araguaia, foi consensual em relação aos benefícios econômicos e sociais proporcionados ao Estado do Tocantins e aos circunvizinhos. Porém, alertou sobre os possíveis impactos negativos no meio ambiente, especialmente no Rio Araguaia. Em linhas gerais, o estudo permitiu concluir pela necessidade e benefícios de serem consideradas as impressões qualitativas dos potenciais usuários na avaliação de viabilidade econômica de projetos de infra-estrutura de transporte. Tais impressões serviriam como parâmetros de ponderação dos aspectos quantitativos levantados pelo empreendedor, favorecendo a escolha do empreendimento mais adequado sob o ponto de vista econômico, social e ambiental. Sobre a implantação efetiva da Hidrovia Tocantins-Araguaia, no Estado do Tocantins, alerta-se para os impactos que ela possa causar. Ainda que sob o ponto de vista comum sejam esperados benefícios econômicos e sociais, sob o ponto de vista ambiental a sensação é de perda de qualidade. O Rio Araguaia, pela sua juventude e fragilidade dos ecossistemas que congrega,exige tratamento especial, baseado num cuidadoso plano de intervenções, que respeite suas características naturais, bem como as das espécies e populações que o habitam, inclusive a humana. O Rio Tocantins, ainda que menos indefeso pela sua maior idade, precisa de tratamento adequado, uma vez que dele depende não só a Hidrovia Tocantins e o projeto multimodal de transporte mas,também, todo o projeto de geração de energia hidrelétrica do Estado. |