Roger Bastide e Alma Brasileira (1938-1954)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Gonsales, Patricia Cecilia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-01032023-175934/
Resumo: Roger Bastide foi um sociólogo francês que chegou ao Brasil em 1938 para ocupar a cadeira de Sociologia da recém-criada Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Aqui Bastide integrou e dialogou com meio intelectual brasileiro. A partir do exame dos textos publicados por Bastide, sobretudo aqueles publicados em jornais brasileiros, é que foi possível encontrar os temas, dilemas e questões com as quais Bastide se envolveu no Brasil. Ao conhecer a brasilidade, integrado a sociedade brasileira, Bastide pode construir sua própria interpretação da brasilidade. A pesquisa está estruturada em três pilares básicos: a ação intelectual, a arte e a crítica literária e, finalmente, o meio acadêmico brasileiro. Primeiro trata-se da trajetória de Roger Bastide antes de sua chegada ao Brasil. Em seguida o foco se dirige para o ambiente intelectual, cultural e acadêmico em São Paulo na década de 1930. A partir do terceiro capítulo, encontramos Bastide como intelectual procurando estreitar os laços entre Brasil e França. Já às vésperas do seu retorno definitivo a França, Bastide coordenou, ao lado de Florestan Fernandes, uma pesquisa que pretendia denunciar o preconceito de cor em São Paulo. Em termos de arte e cultura, Bastide analisou o barroco. Também a crítica literária foi outro caminho trilhado para apreender a brasilidade. No meio acadêmico, Bastide estava igualmente integrado. No entanto, foram suas pesquisas sobre o candomblé que o tornaram referência nos estudos sobre religiões afro-brasileiras. O foco não são as pesquisas em si, mas, o contexto em que elas se deram, colocando Bastide em contato com outros intelectuais que se dedicavam ao mesmo tema. Por fim, Bastide não escondia o encantamento pelas coisas do Brasil, encantamento que foi o ponto final do itinerário espiritual que ele percorreu para incorporar o outro eu, o eu do francês abrasileirado que nunca deixou de falar do Brasil ao longo da sua vida, porque o Brasil era parte dele.