Discurso musical e territorialidade no gênero dobrado: as bandas de São Luiz do Paraitinga no final do séc. XIX

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Jezreel Silas da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27157/tde-14042023-120537/
Resumo: A banda de música, também conhecida, no Brasil, por filarmônica, lyra, corporação musical ou retreta, é um fenômeno sócio-cultural que nasceu e se desenvolveu ao longo do séc. XIX inicialmente teve modelos militares como referência e ganhou rapidamente os espaços públicos da sociedade civil tanto nas metrópoles europeias quanto nas colônias , se sustenta até hoje em muitas cidades. Do repertório que tradicionalmente as bandas brasileiras cultivaram nesses 200 anos, certamente o dobrado tem uma posição de grande destaque, apesar da musicologia enfrentar certa dificuldade em lidar com esse gênero bandístico tipicamente brasileiro. A partir dos dobrados tocados no final do séc. XIX pelas bandas na cidade de São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba paulista, este trabalho discute a escrita, com suas generalidades e especificidades, bem como as relações entre o texto musical e os modos de produção e reprodução social, transparecidos no discurso musical. Isto se evidencia através da noção da existência de uma malha sócio-comunicativa, que aglutina diferentes elementos simbólicos provenientes de outros ambientes, como a marcha militar, a ópera, a modinha, os estilos cantábile e brilhante e expressões das culturas locais. Para analisar esses contatos, usamos ferramentas da significação musical e as relacionamos com as discussões que envolvem os processos de transculturação, descortinando possibilidades hermenêuticas, a partir das quais abrem-se janelas para futuras pesquisas que considerem a banda, o seu repertório e a comunidade.