Avaliação da transição epitélio-mesenquimal em células HK-2 e fibrose renal em modelo murino de infecção por Leptospira interrogans

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Prado, Luan Gavião
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42132/tde-15062023-110855/
Resumo: A leptospirose é uma zoonose negligenciada distribuída mundialmente, que acomete seres humanos e animais. A doença clínica é caracterizada por febre, mialgia, cefaleia, injúria renal aguda, hemorragia pulmonar e morte. Em animais considerados reservatórios, ratos e camundongos, a doença ocorre de forma branda ou sem sintomas e a Leptospira é capaz de se manter nos túbulos contorcidos proximais dos rins desses animais. A fibrose é um dos sinais presentes nos rins de animais e seres humanos após a ocorrência de leptospirose aguda. A transição epitélio mesenquimal é um processo no qual células epiteliais adquirem características mesenquimais, como produção de proteínas de matriz extracelular, produção de mediadores inflamatórios e capacidade de migração. Células HK-2 imortalizadas derivam do túbulo contorcido proximal de rins humanos, e, são consideradas bons modelos experimentais para se estudar respostas fisiológicas e patológicas de alterações renais. Camundongos são modelos animais amplamente utilizados para se estudar infecção crônica por Leptospira, uma vez que se mantêm infectados, apesar de não desenvolverem leptospirose clínica. O objetivo desse trabalho foi avaliar as vias de comunicação celulares envolvidas na indução da transição epitélio mesenquimal em células HK-2 e a ocorrência da transição e fibrose nos rins de camundongos cronicamente infectados por Leptospira interrogans. As vias do TGF-B1, Wnt/B-catenina e do NF-kB são ativadas durante a infecção de células HK-2 por Leptospira interrogans, demonstrado pela translocação de pSmad2 para o núcleo das células HK-2 e aumento da concentração de &#946-catenina no interior do núcleo destas células. A ocorrência de transição epitélio-mesenquimal em células HK-2 após a infecção por L. interrogans foi avaliada e confirmada por meio de análises moleculares, constatando um aumento significativo da produção de proteínas matriz extracelular, como a fibronectina, e morfológicas com aquisição de morfologia celular compatível com células mesenquimais. Além disso, a infecção também leva a alterações metabólicas nestas células como o acúmulo de gotículas de lipídeos no citoplasma das células e provável redução da ativação da autofagia. Em camundongos, a infecção por Leptospira interrogans induz à ativação da transição epitélio mesenquimal em células epiteliais dos túbulos contorcidos proximais e à fibrose leve após 60 dias de infecção por dois sorovares distintos. A infecção por Leptospira interrogans é capaz de induzir transição epitélio mesenquimal in vitro e in vivo, e em modelo murino pode ser considerada como uma das formas de indução de fibrose e inflamação renal. Estudos conduzidos para se entender melhor o papel da transição epitélio mesenquimal em leptospirose crônica podem ajudar na seleção de tratamentos farmacológicos a fim de se reduzir a possibilidade de fibrose renal e doença renal crônica em pacientes acometidos pela doença.