Comparação da eficácia antibacteriana do álcool 70% (p/v) sobre superfície da câmara escura portátil com e sem limpeza prévia: um estudo experimental laboratorial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Graziano, Maurício Uchikawa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23139/tde-30112011-165409/
Resumo: No contexto da prevenção da infecção cruzada na radiologia odontológica, superfícies que entram em contato direto com as mãos dos profissionais, como as superfícies da câmara escura portátil, devem ser descontaminadas. A recomendação clássica da descontaminação com álcool 70% p/v após limpeza prévia, nem sempre é seguida justificada pela não praticidade, acrescida do tempo curto disponível entre um atendimento e outro, limitando-se à aplicação direta do álcool o que, a priori, contraria as Boas Práticas de Controle de Infecção. A presente investigação, de caráter experimental laboratorial, controlado, randomizado e unicegado, teve como objetivo avaliar comparativamente a eficácia desinfetante do álcool 70% (p/v) sob fricção, com e sem limpeza prévia nas superfícies de câmaras escuras portáteis como procedimento de limpeza/desinfecção concorrente em radiologia odontológica. Três grupos de estudo foram constituídos: Grupo controle: superfícies previamente contaminadas com desafio (micro-organismo teste Serratia marcescens ATCC 14756, acrescido de 10% de saliva humana), submetidas à limpeza clássica por meio de água e detergente sob fricção, e posterior enxágue e consecutivamente, desinfecção com aplicação do álcool 70% p/v. Grupo experimental: superfícies previamente contaminadas com desafio, à semelhança do grupo controle, submetidas à aplicação direta do álcool 70% p/v sob fricção, SEM limpeza prévia. Grupo controle positivo: superfícies contaminadas com desafio. O tamanho amostral para os grupos experimental e controle foi de 85 unidades. Os experimentos foram realizados no Laboratório de Ensaios Microbiológicos do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Após o procedimento de contaminação, desafio da área superior da câmara escura portátil e sua posterior secagem, no grupo experimental a superfície foi diretamente friccionada com álcool 70% (p/v) durante 30 segundos. No grupo controle, o mesmo procedimento foi realizado, após a limpeza prévia. Imediatamente, após a evaporação do álcool da superfície, foi realizada a coleta microbiológica por meio da fricção com swab. Em seguida, a ponta do swab foi quebrada e mergulhada em um tubo de ensaio esterilizado com 1 mL de SF e agitado em Votex® por 30 segundos, intermitente e todo o conteúdo do tubo de ensaio foi vertido no centro de uma placa de Petri e, sobre ele, derramados 15 a 20 mL do meio Trypticase Soy Agar à temperatura aproximada de 30ºC. As placas foram deixadas na posição invertida, em ambiente à temperatura aproximada de 22ºC por 72 horas, com leitura diária da recuperação das UFC da Serratia marcescens. O controle positivo foi colhido da mesma forma que o dos Grupos Controle e Experimental, porém sem a aplicação de métodos para descontaminação. As médias das UFC foram comparadas entre os grupos experimental e controle, por meio do teste estatístico t de Student. Os resultados permitiram concluir que o álcool 70% p/v, quando aplicado diretamente sobre a superfície contaminada com matéria orgânica sob fricção, é um desinfetante eficaz, comprovado pela redução de seis logaritmos da população microbiana intencionalmente desafiada nos experimentos, não diferindo da redução observada no grupo controle (p=0,440). Estes achados permitiram atestar a segurança desta prática na limpeza/desinfecção concorrente durante as práticas de radiologia odontológica.