Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Chagas, Ligia Meneghel |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/93/93131/tde-17062021-114714/
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Resumo: |
Esta pesquisa se volta para as obras de quatro artistas conhecidos durante viagem da pesquisadora ao Mali no início do ano de 2017: as irmãs Aminata e Aissatan Tolo, Abdou Ouologuem e Ladji Barry, cujas produções se articulam pela manufatura sobre o tecido de algodão, suporte de base de seus trabalhos. As irmãs Tolo, instaladas em Bamako, capital do Mali, bordam sobre o pano índigo formas que remetem a valores de sua sociedade de origem, dogon. Abdou esculpe máscaras-vestimentas-telas a partir de volumes preenchidos de fios de algodão, técnica conhecida como gaufrage que atribui a um conhecimento ancestral da população Tellem. Ladji pinta, com pigmentos naturais medicinais da região, telas sobre as quais acrescenta volumes e bordados com elementos que remetem ao universo rural dos caçadores, combinados com materiais atrelados ao estrangeiro e industrial. Combinando uma leitura formal a partir dos materiais e formas presentes nas obras com as entrevistas realizadas com seus produtores e informações sobre a história cultural da região, esta pesquisa busca oferecer uma interpretação do conjunto das obras. Para isso, se volta para a trajetória do cultivo e processamento do algodão, para a circulação e apropriação do tecido industrial wax como identidade cultural, para a produção do bogolan, tecido manual estampado com pigmentos naturais que se tornou símbolo da arte têxtil nacional. A fim de compreender os espaços de atuação de cada artista dentro do cenário de produção de arte malinês e suas possíveis categorizações e hierarquizações, apoio-me no debate de Karin Barber sobre As artes populares em África, assim como na pesquisa disponibilizada neste documento sobre a institucionalização dos saberes em território malinês a partir de um sistema colonial. Para discutir as condições de reconhecimento da produção destes artistas no sistema de arte global, trago as críticas sobretudo do filósofo camaronês Achile Mbembe e do antropólogo Alfred Gell. |