Dose de radiação acumulada em pacientes oncológicos submetidos a procedimentos de diagnóstico por imagem em um centro de saúde de alta complexidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Lima, Bianca Lemos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5155/tde-23082024-163139/
Resumo: Introdução: A utilização de exames de imagem é essencial para o diagnóstico, estadiamento e seguimento do câncer, contribuindo para a escolha adequada e monitoração do tratamento. Pacientes oncológicos são submetidos a múltiplos exames de imagem, contribuindo para a dose acumulada de radiação, variando conforme o estágio da doença e os procedimentos realizados. As reações teciduais e estocásticos da radiação podem ter implicações na saúde, sendo fundamental limitar a exposição e entender os riscos associados. Objetivo: O estudo tem como objetivo estimar a dose efetiva de radiação acumulada durante exames em pacientes oncológicos. Objetivos específicos incluem a avaliação do número e dose de radiação absorvida para diferentes modalidades de imagem e entre diferentes tipos de câncer. Métodos: Estudo observacional retrospectivo conduzido no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP). Foram estudados 1.000 pacientes atendidos na instituição entre 2014 e 2018, divididos em cinco grupos correspondentes aos tipos de câncer mais frequentemente, cada grupo com 200 pacientes selecionados de forma aleatória. A coleta de dados incluiu informações demográficas, diagnóstico, estágio do tumor e dados dos exames de imagem. A estimativa da dose de radiação acumulada foi calculada utilizando valores médios de dose efetiva reportadas na literatura para diferentes modalidades de exame. Realizada análise descritiva e comparação entre grupos e modalidades de imagem por análise de variância (ANOVA) e testes não paramétricos (Kruskall-Wallis). Resultados: Os 5 grupos de neoplasias estudados foram: câncer de reto, mama, próstata, sistema linfático/hematopoiético (subdividido em linfoma e mieloma múltiplo) e pulmão/brônquio, com 503 pacientes do sexo feminino (50,3 %) e idade média de 61 ± 13 anos. Durante o período de cinco anos foram realizados em média 15 ± 15 exames com radiação ionizante por paciente, representados por radiografias (57%), tomografias computadorizadas (36%) e exames de medicina nuclear (7%). A dose efetiva (mSv) média de radiação estimada para todos os procedimentos de imagem foi de 79 ± 76 mSv/paciente (intervalo de 0,3 mSv a 483 mSv). As doses efetivas variaram de acordo com a doença de base (maior nos pacientes com câncer de reto e linfoma) e foram decorrentes principalmente dos estudos de tomografia computadorizada (82% da dose total), seguidos de medicina nuclear (15%) e radiografias (3%). Discussão: A dose acumulada de radiação ionizante em pacientes oncológicos revela uma variação significativa entre os tipos de câncer e por modalidade diagnóstica empregada. Apesar da escassez de estudos específicos no Brasil, esta pesquisa destaca a necessidade de monitoramento e regulamentação rigorosos, considerando os desafios na padronização e na avaliação independente das doses de radiação. Conclusão: A dose efetiva de radiação acumulada por exames de diagnóstico por imagem entre 2014-2018 na amostra de pacientes do ICESP foi de 79 ± 76 mSv/paciente, variando de acordo com o tipo de câncer e sendo decorrente principalmente dos exames de tomografia computadorizada