Brasileiros e trabalho em casa: perfil e escolhas do trabalhador

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Singh, Yngrid Nicoletti de Azevedo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-12082014-184344/
Resumo: O trabalho em casa é uma das opções do teletrabalho: o trabalho realizado regularmente fora das instalações do empregador utilizando-se tecnologias de informação (UK Trade Union Congress, 2002). Também chamado de home office, o trabalho em casa possui benefícios percebidos por empresas, trabalhadores e sociedade. Os valores pessoais são objetivos transacionais desejáveis, que variam em importância, e servem como princípios que guiam a vida (Schwartz, 1992) e podem influenciar as decisões e atitudes das pessoas (Rohan, 2000), podendo assim, influenciar na opção pelo trabalho em casa. Sabe-se que nem todas as ocupações são passíveis de trabalhar em casa por sua natureza, e que nem todos os trabalhadores estão aptos a trabalhar em casa. Identificar o perfil e valores pessoais predominantes nos teletrabalhadores brasileiros e quais os principais benefícios percebidos por eles quando trabalham em casa é o objetivo deste trabalho. Uma pesquisa quantitativa por meio de um survey eletrônico com 178 trabalhadores foi realizada. Os resultados apontam que a favorabilidade ao trabalho em casa já supera a favorabilidade do trabalho no escritório (comparando-se as médias e medianas) e que os brasileiros gostariam de trabalhar em média 3,15 dias em casa por semana. Análises descritivas, bi e multivariadas apontam que o perfil dos trabalhadores que optam pelo trabalho em casa pode ser delineado por seus valores pessoais, a condição de seu ambiente familiar para a realização do trabalho (permite, pode ser adaptado, ou não permite o trabalho em casa), sua experiência em home office (já trabalhou, trabalha ou nunca trabalhou em casa), e se trabalha em empresa pública ou privada. A quantidade de dias que o trabalhador prefere trabalhar em casa está relacionada com os valores pessoais, ambiente familiar, experiência em home office e sexo do trabalhador. Os resultados obtidos não sugerem relações entre distância da casa do trabalhador ao o escritório, faixa etária, grau de escolaridade ou localidade onde trabalha (capital, região metropolitana ou interior) como preditores da escolha do trabalhador pelo trabalho em casa. Modelos de regressão linear múltipla e regressão logística binária são apresentados para explicar a variância das declarações de favorabilidade ao trabalho em casa e da quantidade de dias da semana que se prefere trabalhar em casa. Estabeleceu-se uma hierarquia dos benefícios percebidos pelos trabalhadores com relação ao trabalho em casa, sendo os principais benefícios: (1) melhor utilização do tempo, pois o tempo de deslocamento ao trabalho não é mais necessário e pode ser poupado; (2) melhor balanço da vida pessoal e profissional, pelo aumento da flexibilidade de administrar o tempo e o horário disponível para o trabalho e para atividades pessoais; (3) melhor qualidade de vida, pela diminuição do stress causado pelas dificuldades de deslocamento. Os resultados apresentados são relevantes: para a comunidade científica, uma vez que expandem o conhecimento do teletrabalho e dos valores e atitudes no Brasil; para as empresas ao ajudar a identificar melhor o perfil do teletrabalhador e na compreensão dos benefícios identificados por eles ao trabalhar em casa; para trabalhadores possibilitando-os compreender os benefícios do home office e a melhor distribuição de dias de trabalho em casa e no escritório sugerida a partir dos dados observados.