Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Sellin, Victor Bueno |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100136/tde-09082019-160510/
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Resumo: |
O mundo passa por um acelerado processo de urbanização marcado por desequilíbrios sociais e ambientais. As cidades concentram parte relevante do impacto ambiental e consomem recursos e geram resíduos a uma taxa muito maior do que seu território pode absorver, fazendo com que as áreas urbanas sejam cada vez mais importantes na busca pela sustentabilidade. Nesse contexto, a agricultura urbana e periurbana (AUP) surge como uma alternativa para a urbanização sustentável, devido, principalmente, à sua contribuição para o aumento da segurança alimentar, redução de impacto ambiental, reutilização de resíduos orgânicos, revitalização de áreas, desalienação dos moradores e aumento do bem-estar físico e psicológico. Além da falta de dados, a análise da AUP é dificultada pela sua heterogeneidade, nos mais diversos ângulos de análise: interpretação de seus significados, local, forma de governança e técnicas. Esta dissertação propõe sua divisão em quatro tipologias: (i) fazendas urbanas; (ii) terrenos intraurbanos vazios sem interesse imobiliário; (iii) telhados com produção intensiva; e (iv) residencial e institucional. São Paulo é a maior cidade do Brasil, com 12 milhões de habitantes e, apesar de a AUP acontecer no município em diversas tipologias, são escassos os dados sobre a quantidade de alimentos produzidos atualmente e o crescimento dessa atividade na cidade. O objetivo desta dissertação é, por meio de revisão bibliográfica e de estudos de casos, identificar e analisar os fatores que interferem no crescimento da AUP na cidade de São Paulo. A AUP é aqui interpretada pela lente teórica da teoria das práticas, destacando-se as relações recursivas entre seus agentes e as estruturas, por meio dos recursos, normas e esquemas interpretativos. Conclui-se que são onze os principais fatores que interferem no crescimento da AUP na cidade de São Paulo: (i) acesso à terra; (ii) acesso a equipamentos manuais, insumos e máquinas; (iii) acesso a conhecimento técnico e mão de obra; (iv) capacidade de cumprir normas de viabilidade financeira e regras de mercado/empresariais; (v) capacidade de obtenção de certificação; (vi) presença em leis de ocupação da cidade; (vii) poder de mobilização social e audiência nas mídias sociais; (viii) capacidade de gerar atividade profissional com geração de renda; (ix) capacidade de gerar empreendedorismo social; (x) capacidade de desempenhar produção ecologicamente correta; e (xi) capacidade de engajar e promover o ativismo de ocupação do espaço público, senso de comunidade e desenvolvimento de relações não capitalistas. Nota-se que a importância de cada fator é diferente entre as tipologias, conforme demonstraram os estudos de caso. Destaca-se que para as três primeiras tipologias, apesar de seus benefícios ambientais e sociais, a AUP está inserida em normas de mercado tradicionais, e sua possibilidade de crescer e produzir alimentos em quantidade relevante depende do atingimento de viabilidade financeira. Para isso, a AUP se vale de seu discurso pautado pela sustentabilidade para obtenção de cessões de terras, doações de recursos, leis de incentivo e valores de venda acima de mercado. Para a última tipologia, seu crescimento está sujeito a uma mudança mais radical na lógica de consumo e na disseminação do ativismo e de relações não mercantis |