Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Marini, Marisol |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-05072018-194600/
|
Resumo: |
A questão principal que a presente tese procura investigar é se os corações artificiais produzem instabilidades ontológicas em termos do que é humano e não-humano. A atenção dada às práticas experimentais laboratoriais, clínicas e cirúrgicas permite iluminar os arranjos heterogêneos por meio dos quais tais dispositivos médicos emergem. Nas três etapas de pesquisa testes in vitro, testes in vivo e avaliação em humanos foi possível observar uma modulação entre a boa participação e um envolvimento não produtivo que deve ser evitado para o sucesso das intervenções. As relações instituídas nas práticas médico-científicas evidenciam a participação como um dado fundamental para a produção das tecnologias cardíacas, assim como a imaginação que diz respeito não apenas à idealização, mas também aos processos criativos emergidos na concretização/realização de procedimentos laboratoriais e clínicos, sendo, portanto, corporificada. O primeiro capítulo trata dos testes in vitro e tem como foco a problematização do eixo natureza e cultura. O segundo capítulo parte dos testes in vivo para problematizar as relações entre animais humanos e não-humanos. E por fim, o terceiro capítulo tem como foco a avaliação em humanos, problematizando as fronteiras entre a vida e a morte. Trata-se de uma divisão temática esquemática, embora a permuta ontológica entre natureza e cultura, humanos e não-humanos e vida e morte percorra todo o trabalho. Diante do alto índice de mortes associadas à insuficiência cardíaca, os corações artificiais são projetados como alternativas ou soluções auxiliares ao transplante de órgãos para pacientes que se tornam refratários aos tratamentos medicamentosos. Além de produzirem novos corpos e corporalidades, os corações artificiais trazem novos dilemas e recursos para a gestão da vida, podendo operar como uma pedagogia e preparação para a morte, na medida em que a suspende/prorroga, porém mantendo-a próxima. |