Trabalho e saúde: precarização do trabalho dos operadores de telemarketing

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Cunha, Dienany Pinto Rodrigues da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-23102013-162018/
Resumo: O crescimento do setor de serviços e sua representatividade na economia brasileira, tem se mostrado muito consistente. Com especial destaque a telecomunicação, que mostra uma intensa apropriação dos avanços tecnológicos e das repercussões das alterações do molde produtivo do capital. O telemarketing atua como um canal que recebe informações, críticas e sugestões de clientes e divulga produtos e serviços de forma rápida, pelo telefone e estruturase em um diálogo padronizado, que acontece à distância, mas em tempo real. Seu objetivo central é a concretização de negócios, pois as centrais de telemarketing oferecem serviços como novas formas de venda pelo telefone ou atendimento ao cliente. As relações entre operador e usuário se fundamentam em um tipo de trabalho cuja natureza é predominantemente cognitiva e caracterizada pelas funções perceptivas e mentais solicitadas no decorrer do trabalho. Este estudo de caráter qualitativo, objetiva investigar as condições de trabalho dos operadores de telemarketing de uma empresa privada da cidade de Uberlândia- MG, para identificar em que medida as formas de organização do trabalho, às quais estes trabalhadores estão submetidos, interferem em sua saúde, segundo seus próprios depoimentos. Foram entrevistados dez operadores de ambos os sexos, com mais de 18 anos e com no mínimo um ano de contratação. Todas as entrevistas, que foram gravadas, foram realizadas no domicilio dos trabalhadores. A partir dos relatos dos entrevistados foram levantadas as principais queixas de saúde, aqui entendida em seus pelos trabalhadores do setor pesquisado, e estabelecida a sua relação com as condições de trabalho. A reestruturação do modelo produtivo impetrada pelo capital acarretou repercussões funestas nas condições de trabalho e consequentemente na saúde dos trabalhadores. Em especial, os trabalhadores desse setor sofrem com a constante pressão por produtividade a que são submetidos. Os dados revelaram que a intensificação do ritmo de trabalho, o rígido controle exercido aspectos mais amplos, e por isso, envolvendo questões de ordem física e psíquica apresentadas sobre os trabalhadores para o cumprimento de padrões pré-estabelecidos de atendimento dentro de um período de tempo limitado e as condições físicas do ambiente de trabalho, como iluminação, ventilação e condições dos equipamentos acabam por influenciar na saúde desses trabalhadores desencadeando diversos sintomas de ordem física e psíquica.