Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Rezende, Marcello Santos |
Orientador(a): |
Brito, Jussara Cruz de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4714
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Resumo: |
Esta pesquisa buscou compreender a atividade de trabalho desenvolvida em operação de telemarketing em uma central de atendimento de grande porte, pressupondo a contribuição desse caminho para um maior entendimento das relações entre os processos de trabalho e a saúde das operadoras. A investigação teve como objetivos (i) Identificar situações de trabalho adversas e nocivas à saúde dessas profissionais (ii) Analisar possíveis estratégias que as operadoras criam para lidar com essas adversidades e nocividades. Dando destaque ao ponto de vista da atividade, os principais referenciais teóricos utilizados foram a concepção vitalista de saúde presente na obra de Georges Canguilhem e a perspectiva ergológica proposta por Yves Schwartz e outros, incorporando ferramentas teórico-metodológicas de abordagens clínicas do trabalho, como a Ergonomia da Atividade, a Psicodinâmica do Trabalho, a Clínica da Atividade, articulando-as com as proposições de P. Zarifian sobre o modelo de competência e a lógica presente na relação de serviço. A ferramenta metodológica utilizada para este estudo exploratório foi inspirada na técnica de “instruções ao sósia” formulada por Ivar Oddone no Modelo Operário Italiano (MOI) e desenvolvida pela Clínica da Atividade. Percebeu-se que a maioria das situações adversas no trabalho em telemarketing são relativas ao estabelecimento de um tempo médio de atendimento (TMA) que deve ser cumprido independente do tipo de cliente e de situação enfrentada pelas operadoras. Essas dificuldades parecem configurar uma adversidade do processo de trabalho para o qual as operadoras não encontram saídas. Ao menos, não conseguimos identificar estratégias satisfatórias para lidar com estas situações. Identificamos, entretanto, saberes e estratégias que as ajudam a enfrentar outras adversidades, que apontam a necessidade de ampliarem a possibilidade de uso de suas experiências. Chegar antes do horário, optar por sair ou seguir o script, criar expressões verbais, e apoiar-se no coletivo de trabalho para evitar erros são algumas dessas estratégias. Podemos afirmar que sem o uso que elas fazem do tempo, do script, de suas expressões verbais e da relação com os demais trabalhadores, a atividade de trabalho no call center se tornaria ainda mais desgastante e dificilmente se alcançariam os resultados esperados. O produto de uma central de atendimento é um serviço e não um bem industrial clássico. A ligação de um cliente é cheia de imprevistos e não se pode normalizar o comportamento deles. Por esses motivos, entendemos que, a longo prazo, o sucesso das centrais de atendimento só será possível se a atual tentativa de racionalização industrial for questionada e contrabalançada por formas mais pertinentes ao negócio da empresa e ao melhor uso de sua “força de trabalho”. |