Aspectos da fonologia do português como segunda língua por aprendizes anglófonos - uma análise via Teoria da Otimidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Guimarães, Miley Antonia Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-22022013-153330/
Resumo: Nesta dissertação, são analisados, via Teoria da Otimidade (MCCARTHY; PRINCE, 1995; PRINCE; SMOLENSKY, 1993), dois aspectos da fonologia do português como segunda língua por aprendizes americanos e britânicos: a ausência de assimilação regressiva de vozeamento envolvendo a fricativa alveolar final em posição de fronteira de palavra e a produção de oclusivas nasais em posição final e de fronteira de palavra. Em inglês, a fricativa alveolar /s/ em coda final diante de segmento sonoro tende a manter seu status de vozeamento subjacente (GIMSON; CRUTTENDEN, 2008; MYERS, 2010; ROCA; JOHNSON, 1999); em contrapartida, em português, a fricativa alveolar, nessa mesma posição, compartilha do traço de sonoridade do segmento à sua direita (BISOL, 2005; FERREIRA NETTO, 2001; MATTOSO CÂMARA JR., 2007 [1970]). Ademais, as oclusivas nasais [m, n] não são licenciadas em posição de coda em português, a não ser diante de segmentos que lhes sejam homorgânicos (BISOL, 2005; CAGLIARI, 2007; MATTOSO CÂMARA JR., 2007 [1970]); em inglês, no entanto, essas oclusivas nasais podem ocorrer independentemente do ponto de articulação do elemento seguinte (EWEN; HULST, 2001; GIMSON; CRUTTENDEN, 2008; ROCA; JOHNSON, 1999). Cabe, portanto, ao aprendiz anglófono do português como segunda língua adquirir processos fonético-fonológicos não presentes em sua primeira língua, passando a vozear a fricativa alveolar final diante de segmento sonoro, p. ex. mai[s] árvores > mai[z] árvores, e a deixar de articular as oclusivas nasais em final de palavra, em favor da realização da vogal nasal do português, p. ex. co[m] arte > c[õw] arte. A partir do corpus, constituído por entrevistas com seis americanos e cinco britânicos, verificou-se que o tempo de residência no Brasil foi o fator mais significativo para a produção da fricativa alveolar vozeada e, juntamente com a qualidade da vogal, constituiu-se também como o fator mais relevante para a realização da vogal nasal. Pela análise da produção de aprendizes iniciantes, por meio do modelo baseado em restrições proposto pela Teoria da Otimidade, foi possível constatar a interação entre processos de marcação e de transferência do ranqueamento do inglês para a interlíngua do aprendiz.