Análise longitudinal do papel da segurança na relação entre o capital social e a hipertensão arterial: mediação ou moderação? Evidências dos resultados do ELSA-Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos, Carla Graciane dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6141/tde-14122022-151833/
Resumo: Introdução. O conceito de capital social refere-se aos recursos aos quais indivíduos ou associações humanas têm acesso através de suas redes sociais. Estudos realizados na última década apontam para uma associação positiva entre maior capital social e melhores indicadores de saúde. Embora, a literatura sobre o tema aponte que percepções de segurança possuem um papel relevante sobre as redes de capital social, ainda não está claro se elas atuam sobre as associações entre capital social e os resultados de saúde, os mecanismos indiretos, nos quais a percepção de segurança atuaria como mediadora ou moderadora sobre essas associações, ainda carecem de maiores investigações. Nesse sentido, pesquisas que abordem o tema podem corroborar para o entendimento do efeito das percepções sobre as associações entre o capital social e desfechos de saúde. Objetivos. Analisar se as percepções de segurança na vizinhança de residência atuam como mediadoras ou moderadoras na associação entre o capital social e a hipertensão. Métodos. Foram usados os dados da primeira (2008-2010) e da segunda (2012-2014) etapa de coleta de dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). O ELSA-Brasil é uma coorte multicêntrica, composta por 15.105 funcionários públicos, ativos e aposentados, de ambos os sexos e com idades entre 35-74 anos vinculados a seis diferentes instituições de ensino e pesquisa brasileiras. As variáveis de interesse foram capital social, coesão social de vizinhança e a percepção de segurança em relação a vizinhança de residência, todas analisadas no nível individual, e a hipertensão arterial. Devido à natureza distintas dos indicadores de capital vizinhança individual (coesão social) e capital social individual (via Resource generator) foi elaborado um modelo para cada tipo de medida de capital social - usando-se o mesmo conjunto de variáveis. Para analisar a influência da percepção de segurança em relação a vizinhança de residência sobre a associação entre capital social e hipertensão foi utilizada a análise de caminhos (Path Analysis). Resultados. As análises estatísticas não mostraram evidências de que a segurança percebida exerce influência sobre a segurança percebida não exerce influência sobre as associações entre o capital social e a hipertensão. No modelo onde o capital social individual foi utilizado, não foi identificada associação entre o capital social e hipertensão ( -0,01; p&cong;0,26), e a escolaridade exerceu um importante efeito moderador sobre o capital social (0,25; p<0,00). Já no modelo onde a coesão social foi empregada, também não foi constatada a associação entre coesão social e hipertensão ( -0,01; p&cong;0,12), e a percepção de mobilidade foi a variável com maior efeito moderador sobre a coesão social (0,20; p<0,00). Em ambos os modelos, a idade foi a variável com maior efeito moderador sobre a hipertensão (0,29; p<0,00). Conclusões. A percepção de segurança em relação a vizinhança de residência nas associações entre as medidas de capital social e a hipertensão, na análise longitudinal, sugerindo que domínio de segurança em relação a vizinhança de moradia usado no presente estudo, talvez, não seja o mais adequado para analisar o fenômeno. Por isso, novos estudos são necessários para se verificar se o evento se repete.