Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Maria Nilsa de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59142/tde-13012025-160003/
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Resumo: |
O celibato não é construção cristã latina, mas produto de um processo histórico que a Igreja Católica assumiu para seus ministros. No início, a condição de não estar casado foi prerrogativa não obrigatória para os padres durante os primeiros quatro séculos de existência da instituição. Contudo, a partir do século IV, começando na Espanha, a norma do celibato foi se estendendo na Europa até que em 1123, foi assumida por toda a Igreja de rito latino. Apesar de a norma celibatária vigorar desde esse tempo, é sabido que sempre houve histórico de padres celibatários que abandonaram essa condição para se casarem e se tornarem pais. A pesquisa teve como objetivo compreender de que forma padres que deixaram o exercício do sacerdócio católico, se casaram e se tornaram pais vivenciam a experiência de paternidade e conjugalidade. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade e, após sua aprovação, iniciaram-se as entrevistas. Antes de cada entrevista, participante e pesquisadora assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foi adotado o método das Histórias de Vida no qual se utilizou a entrevista aberta, partindo da seguinte questão norteadora: \"Fale-me de sua vida que tenha relação com o fato de você ter exercido o sacerdócio na Igreja Católica, ter se casado e se tornado pai\". Foram entrevistados dez padres casados nos Estados do Maranhão, Ceará e São Paulo que foram selecionados através da mediação da rede de relações da pesquisadora e da Associação Rumos, instituição que reúne padres casados e suas famílias. Como a pretensão era de analisar como os padres vivenciam a experiência de conjugalidade e paternidade, optou-se por entrevistar padres casados há mais de cinco anos e com filhos porque se supõe que com esse tempo já tenha passado os encantos iniciais da vida matrimonial e já acumulam alguma experiência sobre o conviver com a esposa e os filhos. Após a realização das entrevistas, as mesmas foram transcritas na íntegra e, como a quantidade de dados que emergiram foi grandiosa, foi acatada a sugestão da banca de qualificação de analisar somente algumas variáveis, a saber: a queixa da solidão, o medo do adoecimento e medo do envelhecimento, que confluem na solidão. Essas questões para o presbítero é agudizada porque normalmente ele vive só. Além disso, discutimos como se dá a relação de gênero dentro da vida presbiteral. Como alternativa para o enfrentamento dessas questões, propomos o itinerário espiritual das três vias: via purgativa, via iluminativa e via unitiva, proposto por João da Cruz e esmiuçado por Edith Stein. Tal processo pode contribuir para um amadurecimento psíquico do presbítero e de todas as pessoas que estiverem dispostas a fazê-lo. Lá onde o menos é mais, o nada é tudo e o que parece ruim é bom é o lugar de encontro da alma enamorada com o amado. Essa experiência não é privilégio de lideranças religiosas, mas é possibilidade para todos os seres humanos. |