O posicionamento da classe financeira durante as eleições presidenciais brasileiras de 2022: um estudo sobre poder empresarial e coesão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Rosário, Giovanna Macieira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/101/101131/tde-14062024-183916/
Resumo: Este trabalho tem como objetivo a compreensão do posicionamento político da classe financeira durante as eleições presidenciais brasileiras de 2022. Desse modo, ao reconhecer a coesão ideológica ou programática como uma importante ferramenta de poder com o potencial de influenciar o debate público, o estudo busca examinar se este elemento esteve presente no discurso dos atores financeiros ao longo do período eleitoral e quais as possíveis razões para sua presença ou para sua ausência. A fim de satisfazer esse objetivo, o trabalho se dedica, em um primeiro momento, a identificar os interesses da classe financeira enquanto grupo em relação a políticas econômicas específicas: liberalização do mercado de capitais; privatização de empresas públicas; políticas de austeridade fiscal via corte de gastos; políticas monetaristas de controle da inflação; e flexibilização de leis trabalhistas. Essa identificação de interesses e preferências do grupo ocorre por meio da análise de documentos publicados pelas associações representativas do setor. Dessa forma, é possível delimitar expectativas referente ao posicionamento político e eleitoral dos atores que integram a classe. Em seguida, são analisados discursos individuais de atores financeiros reportados em jornais durante o período eleitoral. O objetivo é compreender o posicionamento desses atores no nível individual em relação às políticas econômicas selecionadas e a dois temas que marcaram as eleições de 2022: democracia e pandemia da Covid-19. Ademais, por meio da análise discursiva, o trabalho também se dispõe a apreender o posicionamento dos atores financeiros em relação aos principais candidatos presidenciais, Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro. Foi possível, assim, confirmar a predominância de padrões de coesão no discurso dos atores financeiros, principalmente no que se refere às preferências de política econômica da classe. Essa coesão, por sua vez, parece estar fundamentada em interesses e crenças comuns a esses atores. No que concerne aos candidatos, o estudo observou que, em um cenário de disputa entre Lula e Bolsonaro, a classe financeira, em suas declarações públicas, demonstrou uma atitude mais favorável em relação ao primeiro.