Avaliação da exposição individual à poluição atmosférica e sua associação com marcadores angiogênicos placentários no primeiro trimestre da gestação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Faria, Karen Hettfleisch
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-24082023-121446/
Resumo: OBJETIVOS: Avaliar os efeitos da exposição individual materna à poluição atmosférica nas concentrações séricas maternas de fator de crescimento placentário (PlGF) e tirosina quinase fms solúvel tipo 1 (sFlt1), assim como na relação sFlt1/PlGF, no primeiro trimestre de gravidez. MÉTODOS: Este estudo é uma coorte prospectiva, realizada entre outubro de 2011 e março de 2014, com gestantes de baixo risco residentes em São Paulo (Brasil). Os critérios de inclusão foram feto único, idade gestacional entre 11 e 13 semanas e 6 dias, ausência de patologias maternas, ausência de malformações fetais e o uso correto do amostrador passivo individual dos poluentes NO2 e O3. Os critérios de exclusão foram gestação gemelar, aborto e malformações diagnosticadas à ultrassonografia, mudança de endereço para fora da área de recrutamento, desistência da paciente e doença materna diagnosticada durante o seguimento. As gestantes carregavam os amostradores passivos individuais de NO2 e O3 entre 7 e 18 dias antes da avaliação na Clínica Obstétrica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo (FMUSP), onde entregavam o amostrador e eram submetidas à coleta de amostras de sangue venoso para dosagem dos fatores reguladores de angiogênese placentária PlGF e sFlt1 e sua razão (sFlt1/PlGF), pelo ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA). A influência dos poluentes estudados nas concentrações log-transformadas dos fatores angiogênicos e antiangiogênicos que foram avaliados por meio de modelos de regressão linear múltipla, controlados para idade gestacional, índice de massa corporal, idade materna, tabagismo, etnia materna e paridade. RESULTADOS: Foram avaliadas 131 gestantes no primeiro trimestre. Observou-se que a razão sFlt1/PlGF aumentou com a exposição a níveis mais altos de NO2 (p=0.009 e beta=0.225), e a concentração de PlGF teve uma associação negativa com NO2 (p=0.003 e beta=-0.257). No entanto, a exposição ao O3 teve associação positiva com a concentração de PlGF (p=0.023 e beta=0.194) e negativa com a razão sFlt1/PlGF (p=0.036 e beta=-0.181). Ambos os poluentes não apresentaram influência sobre os níveis de concentração de sFlt1. CONCLUSÃO: O poluente NO2, um indicador dos níveis de poluentes atmosféricos primários, foi significativamente associado a um aumento da razão sFlt1/PlGF e à diminuição dos níveis de PlGF no primeiro trimestre de gestação, o que pode refletir um estado antiangiogênico gerado pela exposição à poluição atmosférica, apesar dos resultados positivos do efeito do ozônio