Repetição, regressão e os destinos da onipotência infantil: reflexões sobre o manejo do narcisismo precoce na clínica psicanalítica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Rodrigues, Raoni Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-31082023-113047/
Resumo: A presente dissertação realiza uma investigação do manejo da repetição na clínica psicanalítica. O volume está organizado em três partes. Partindo de uma afirmação do valor do retorno à metapsicologia como método de investigação em psicanálise, a primeira parte explora de que forma o movimento psicanalítico foi amadurecendo a partir dos impasses que a clínica apresenta para o psicanalista e como a repetição surge como um desafio teórico-clínico no artigo Recordar, repetir, elaborar. O estudo desse artigo permite ver ambiguidades no posicionamento de Freud a respeito das formas de interpretar e manejar os fenômenos de repetição na transferência, ambiguidades que indicam a descoberta de um novo campo de fenômenos subjetivos que não operam segundo as leis do princípio de prazer e que dizem respeito às origens da constituição narcísica. A segunda parte é dedicada ao estudo da organização do narcisismo precoce, em que se constata a ampla participação da repetição nos processos psíquicos que fundam o aparelho psíquico, a partir do instante do nascimento e da perturbação econômica que esse acontecimento representa para o psiquismo. Uma vez destacadas as importantes realizações da repetição na arquitetura da mente, salta aos olhos sua dupla função terapêutica: o potencial de comunicação dos conteúdos infantis na transferência e a possibilidade de levar o paciente a regredir a modos mais infantis de relacionamento. Esta segunda será explorada na terceira parte da dissertação que começa com uma reflexão sobre as fronteiras entre adoecimento e a saúde psíquica e sua relação com os fenômenos de repetição. Na sequência, são discutidas as atitudes necessárias para o enfrentamento dos desafiadores momentos regressivos do paciente e para o amadurecimento das modalidades adoecidas de relacionamento, com o objetivo de favorecer que o sujeito possa restaurar a confiança nos objetos do mundo e possa resgatar a tranquilidade de se experimentar passivo numa relação, sem sentir-se ameaçado por aquilo que ele, em função de seu relaxamento, deixou de controlar.