Análise da coagulação sanguínea com a administração profilática da desmopressina em cirurgias cardíacas valvares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira, Giovanne Santana de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5152/tde-08052018-124047/
Resumo: Introdução: A desmopressina, análogo sintético do hormônio hipotalâmico vasopressina, é utilizada em determinadas condições hematológicas hereditárias melhorando a função plaquetária e aumentando os níveis dos fatores de von Willebrand (FvW) e Fator VIII. Entretanto, sua administração na população geral é controversa, necessitando de mais estudos para elucidar sua eficácia como agente hemostático. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi avaliar a coagulação sanguínea, clínica e laboratorialmente, após administração profilática da desmopressina em cirurgias cardíacas valvares. Métodos: Estudo clínico prospectivo e randomizado realizado no Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Foram incluídos 108 pacientes adultos submetidos à cirurgia cardíaca valvar, no período de fevereiro de 2015 a novembro de 2016. Os pacientes foram randomizados e alocados para a administração profilática da desmopressina ou para o grupo controle, na admissão hospitalar. Imediatamente após a reversão da heparina, administrouse a demopressina no grupo da intervenção ou solução placebo no grupo controle. O desfecho foi a análise da coagulação sanguínea e do sangramento perioperatório através dos exames laboratoriais, débito sanguíneo dos drenos cirúrgicos e do consumo de hemocomponentes em 48 horas. Resultados: Os níveis sanguíneos do Fator VIII no tempo 2h (236,5 ± 62,9 vs. 232,3 ± 66,7, P=0,015) foram estatisticamente significantes entre os dois grupos (DDAVP e controle), respectivamente. Os demais testes clássicos da coagulação, assim como a análise viscoelástica e de agregação plaquetária mantiveram-se homogêneos em todos os tempos de coleta entre os dois grupos. O débito dos drenos cirúrgicos, balanço sanguíneo e consumo de hemocomponentes não apresentaram diferenças significantes entre os grupos DDAVP e controle. O tempo de ventilação mecânica apresentou diferença relevante entre os grupos DDAVP e o controle [897 (820 - 1011) vs. 1010 (846 - 1268), em mim, P=0,031], respectivamente. Não houve diferença em relação à incidência de complicações, tempo de internação hospitalar e de UTI ou mesmo de mortalidade em 30 dias. Conclusões: A utilização profilática da desmopressina em cirurgias cardíacas valvares não se mostrou eficaz em exercer efeito hemostático em relação ao grupo controle no presente estudo