Avaliação de formulações a base de fibroína da seda e insulina no tratamento tópico de feridas oculares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cubayachi, Camila
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60137/tde-04092019-092934/
Resumo: O processo de cicatrização das feridas na córnea em pacientes com doenças crônicas, como a diabetes mellitus, é deficiente, o que pode acarretar em erosões recorrentes, opacidade e até mesmo cegueira, e usualmente não responde aos tratamentos convencionais. Estudos demonstraram o potencial da insulina (INS) na cicatrização de feridas epiteliais da córnea, mas sua administração tópica requer o uso de sistemas carreadores para garantir sua estabilidade e liberação controlada no sítio a ser regenerado. Assim, o objetivo deste trabalho foi desenvolver filmes a base de fibroína da seda (FS) contendo INS e avaliar seu potencial no tratamento tópico de feridas oculares. Os filmes de FS contendo INS na concentração de 100 UI/cm2 e glicerina como plastificante foram obtidos por evaporação de solvente e apresentaram-se homogêneos, transparentes, permeáveis ao vapor de água, com baixa capacidade de intumescimento e elevada resistência mecânica. Análises de espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier e calorimetria diferencial exploratória sugeriram conformação da INS em folhas-?/Seda II, além de ocorrência de interações não-covalentes entre INS e FS, capazes de estabilizar a estrutura do filme. Um método analítico para quantificar a INS por cromatografia líquida de alta eficiência foi desenvolvido e validado, apresentando-se seletivo, preciso, exato e linear no intervalo de 3 a 100 ?g/mL. Estudos de liberação in vitro demonstraram que os filmes foram capazes de liberar cerca de 8% da INS nos primeiros 30 minutos, atingindo 22% em 12 horas, totalizando 1 UI (3,5 ?g), sem liberação adicional até 24 horas. Entretanto, estudos de degradação enzimática permitem sugerir que as proteinases presentes nas feridas seriam capazes de ocasionar quebras no filme quando aplicado, o que apresentaria um componente adicional na liberação da INS. O espectro de dicroísmo circular de amostras do receptor demonstrou que a insulina liberada dos filmes manteve sua conformação nativa, além de conservar atividade biológica in vivo, reduzindo a glicemia sanguínea de ratos Wistar. Estudos in vitro em cultura de células epiteliais da córnea humana (HCEC-SV40) demonstraram que o tratamento com os filmes não ocasionou citotoxicidade. Ainda, em modelo inflamatório estabelecido através do estímulo das células com lipopolissacarídeo de E. coli, observou-se que os filmes foram capazes de modular os níveis de mediadores do processo inflamatório, como interleucina 6 e metaloproteinase de matriz 9. Finalmente, estudos de cicatrização in vivo utilizando modelo de debridamento do epitélio da córnea de ratos Wistar diabéticos permitiram avaliar a capacidade da INS liberada dos filmes em modular o processo inflamatório e permitir a regeneração do epitélio corneano, favorecendo as características fenotípicas das células epiteliais. Desta forma, os filmes de FS demonstraram ser um sistema de liberação de INS promissor para a administração tópica ocular e tratamento da cicatrização de feridas epiteliais da córnea.